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Nexperia: China pressiona Países Baixos a tomarem “medidas concretas”
Ministério do Comércio de Pequim diz que interferência holandesa foi origem da atual "instabilidade" na cadeia global de semicondutores.
14 Nov 2025 - 09:20
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Foto: Nexperia
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Foto: Nexperia
O ministro do Comércio chinês instou a que sejam tomadas “medidas concretas” para resolver o conflito em torno da tecnológica Nexperia durante uma reunião em Pequim com o ministro da Economia espanhol, noticiou nesta sexta-feira o jornal Global Times.
Wang Wentao acusou o Governo holandês de “interferência administrativa indevida” no caso da empresa tecnológica Nexperia – propriedade chinesa -, que classificou como violação do “espírito do contrato” e origem da atual “instabilidade” na cadeia global de semicondutores, informou o jornal chinês em língua inglesa, próximo do Governo.
O ministério do Comércio chinês divulgou um comunicado na noite de quinta-feira em que manifestou a intenção de continuar a dialogar com os Países Baixos “de forma racional e responsável”, mas disse também esperar que Haia “revogue o mais rapidamente possível” as decisões em relação à empresa e “corrija práticas incorretas”.
O ministro da Economia, Comércio e Empresa espanhol, Carlos Cuerpo, que acompanhou a visita de Estado do rei de Espanha Filipe VI esta semana à China, sublinhou na reunião, que decorreu na passada terça-feira, que a Espanha “dá grande importância” à relação económica com a China e garantiu que Madrid está disposta a falar com os Países Baixos sobre o caso, uma vez que a estabilidade da cadeia de abastecimento de ‘chips’ “beneficia todas as partes”.
O Governo neerlandês desencadeou uma intervenção com base em alegadas razões de segurança nacional e risco de transferência tecnológica, emitindo em 30 de setembro uma ordem administrativa que levou a uma intervenção judicial na Nexperia e à destituição do diretor executivo, Zhang Xuezheng, fundador da Wingtech Technology, da qual a tecnológica dos Países Baixos é filial.
Em 26 de outubro, segundo Pequim, a Nexperia suspendeu o envio de ‘chips’ de silício para a unidade de montagem em Dongguan, sul da China, onde os ‘chips’ são concluídos para depois serem comercializados em vários setores e mercados, o que impossibilitou a “manutenção da produção normal”.
A Nexperia nos Países Baixos alegou que a unidade chinesa tinha passado a exigir que os seus produtos fossem transacionados em yuan, em vez de dólares ou euros, violando disposições contratuais e que a suspensão foi decidida depois de esgotado “o tempo comercialmente viável”. A Nexperia é financeiramente independente da holding Wingtech.
A Nexperia, fundada na cidade holandesa de Nimega e adquirida pela Wingtech em 2019, produz semicondutores de uso comum em automóveis e aparelhos eletrónicos.
A fábrica em Dongguan, no sul da China, mantém operações limitadas desde a imposição das proibições de exportação.
O impacto do conflito sobre a Nexperia já começou a afetar a indústria automóvel, tendo afetado, em outubro, a também japonesa Honda, que parou a produção numa fábrica no México e teve de ajustar a produção nas fábricas dos Estados Unidos da América e Canadá devido à falta de componentes, e finalmente, a Nissan, que anunciou no início do mês a redução da produção em duas fábricas no Japão devido à escassez de peças que utilizam semicondutores da Nexperia.
Desde o início do diferendo, fabricantes como a Volkswagen ou a Mercedes-Benz alertaram para possíveis paralisações nas linhas de montagem dada a falta de ‘chips’.
No início do mês, a Casa Branca anunciou que Pequim permitirá à Nexperia retomar a exportação de ‘chips’ produzidos na China, no âmbito do acordo comercial alcançado entre os dois países, sem que até agora fossem conhecidos quaisquer consequências práticas desse entendimento.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT Green
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