Em outubro, 66% da eletricidade produzida em Portugal Continental adveio de fontes renováveis, revela o Boletim Eletricidade Renovável. Esta percentagem equivale a 2.242 gigawatts/hora dos 3.395 produzidos no total ao longo do mês. Desde janeiro, o país conseguiu manter-se na primeira linha dos países europeus que melhor incorporam estas energias. Ficou em quarto lugar dos que registam o maior peso de renováveis no seu mix energético, depois da Noruega, Dinamarca e Áustria.

As renováveis contribuíram, entre janeiro e outubro, para uma poupança acumulada de mais de 6 mil milhões de euros no Mercado Ibérico da Eletricidade (MIBEL), descreve a análise elaborada pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN). Só no último mês, a produção renovável conseguiu poupar 66 milhões em gás natural importado, 11 milhões em eletricidade importada e 60 milhões em licenças de emissão de carbono.

“As tecnologias limpas tornaram-se mais competitivas, seguras e acessíveis, e é nelas que se assenta a verdadeira independência energética do país”, reitera o CEO da APREN. Pedro Amaral Jorge argumenta que, agora, “é essencial garantir um quadro político, fiscal e regulatório que mantenha o investimento e permita acelerar a transição para um sistema 100% renovável”.

Segundo a Associação, as renováveis já contribuem para a economia nacional, ao apoiarem de forma direta as finanças públicas e as autarquias, principalmente “através do financiamento da tarifa social de energia e da entrega de 2,5% da faturação anual dos parques eólicos aos municípios”.

Em comunicado, a APREN alerta ainda que “qualquer agravamento fiscal sobre os ativos renováveis representaria um retrocesso face às metas de descarbonização e um sinal desincentivador para o investimento”.

Desde 2015, a capacidade renovável instalada em Portugal cresceu 75,5%, ao aumentar 9.272 megawatts (MW). Entre dezembro do último ano e setembro de 2025, a capacidade subiu 777 MW, em grande parte graças à energia solar fotovoltaica. No final de setembro, as fontes limpas representavam 78,7% da capacidade total implementada.