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Ásia e América Latina com os maiores défices de proteção seguradora contra desastres naturais

Incêndios, secas, ondas de calor e chuvas intensas são os fenómenos climáticos com maior impacto económico e social. Mas continua a haver um défice de proteção seguradora contra estes fenómenos.

21 Nov 2025 - 12:15

4 min leitura

Foto: Freepik

Foto: Freepik

Os efeitos das alterações climáticas estão a provocar destruição generalizada em todo o mundo, agravada por défices significativos de seguro em determinadas regiões. A Ásia é a região com o maior défice de proteção seguradora, de 82,8%, o que significa que apenas 17,2% das perdas totais resultantes de riscos relacionados com desastres naturais estão cobertas por contratos de seguro.

Segue-se a América Latina, que apresentou uma média de défice de 81,0% na última década, deixando apenas 19% das perdas totais seguradas. Estes números contrastam fortemente com a América do Norte, que apresenta o menor défice de proteção do mundo, com uma média de 43,2% das perdas não cobertas por contratos de seguro, apesar de enfrentar atualmente ciclones tropicais, tempestades de inverno e incêndios florestais.

Os défices significativos de seguro contra desastres naturais (NatCat Gap) em muitas regiões devem-se principalmente à baixa penetração de seguros em muitas economias emergentes, à maior concentração populacional em cidades e áreas de alto risco, e ao aumento da frequência e severidade dos fenómenos extremos devido às alterações climáticas.

Estas são algumas das conclusões do relatório “Alterações Climáticas: Riscos Extraordinários e Políticas Públicas”, apresentado pela MAPFRE Economics na COP30, que está a decorrer no Brasil. O relatório analisa o impacto crescente das alterações climáticas sobre os riscos extraordinários cobertos pela indústria seguradora, num contexto de intensificação de fenómenos meteorológicos extremos e de alargamento do défice de proteção seguradora contra desastres naturais.

Prejuízos segurados crescem entre 5% e 7%

“As perdas seguradas resultantes de eventos catastróficos têm mostrado uma tendência sustentada de crescimento a longo prazo, com uma taxa de crescimento anual de 5% a 7% desde 1992”, refere Ricardo González, diretor de Análise, Investigação Setorial e Regulação da MAPFRE Economics. Nesse sentido, enfatiza que “embora este aumento seja frequentemente atribuído ao impacto das alterações climáticas, este fenómeno pode também ser explicado por outros fatores, como o crescimento económico e populacional ou a expansão em áreas vulneráveis com sistemas de alerta precoce ou planos de evacuação e prevenção pouco desenvolvidos, ou ainda pelo aumento do valor dos bens”.

Segundo a análise desta seguradora, em 2024, estas catástrofes provocaram perdas económicas superiores a 300 mil milhões de dólares pela nona vez consecutiva, um aumento de 14%, das quais quase 145 mil milhões de dólares estavam seguradas.

Reduzir o défice: um desafio de política pública

Fechar o défice de proteção seguradora contra riscos catastróficos é um desafio que requer ação coordenada das seguradoras com todos os níveis de governo, defende a MAPFRE, referindo que sem mecanismos adequados de proteção e compensação os riscos climáticos podem tornar-se “inseguráveis ou inacessíveis economicamente”.

Neste contexto, o relatório destaca a importância de desenvolver quadros de colaboração entre administrações públicas e a indústria seguradora para gerir e partilhar os riscos de desastres – por exemplo, através de organizações como o Consórcio de Compensação de Seguros de Espanha, que fornece indemnizações por perdas extraordinárias.

Menciona também a importância de promover incentivos à prevenção e redução do risco de fenómenos climáticos adversos, como sistemas de alerta precoce que forneçam dados em tempo real para estimar a intensidade e o percurso de tempestades, inundações, ondas de calor ou incêndios florestais.

Enfatiza ainda a necessidade de expandir a cobertura seguradora através de soluções paramétricas, que permitem uma resposta rápida e eficiente a desastres climáticos mediante pagamentos automáticos baseados em parâmetros mensuráveis e pré-definidos, como velocidade do vento, precipitação ou intensidade da seca.

 

 

 

 

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