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Associação de Bioenergia Avançada defende reaproveitamento de resíduos alimentares para produzir energia limpa
A fração que se consegue aproveitar para produção de biocombustíveis é uma alternativa renovável que reduz as emissões de CO₂ até 90%, face aos combustíveis fósseis, defende a ABA.
15 Out 2025 - 18:13
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A Associação de Bioenergia Avançada (ABA) alerta para o impacto do desperdício alimentar e sublinha o potencial dos resíduos, como, por exemplo, os óleos alimentares usados (OAU), na produção de biocombustíveis avançados, considerando esta como “uma das soluções mais eficazes para reduzir as emissões no setor dos transportes”.
Porém, o óleo alimentar usado, um dos resíduos mais comuns nas cozinhas portuguesas, apresenta taxas de recolha muito baixas, apesar do seu elevado potencial energético, salienta a ABA, citando um estudo realizado pela ZERO, que indica que a média nacional de recolha nos municípios com mais de 100 mil habitantes foi de apenas 0,11 litros por habitante/ano, com os melhores municípios (Maia, Seixal, Oeiras, Matosinhos e Amadora) a alcançarem entre 0,18 e 0,29 litros, e os piores casos a registarem apenas 0,01 a 0,06 litros.
“A reciclagem de óleos alimentares usados é um exemplo claro de economia circular em ação. Este resíduo, quando corretamente encaminhado, pode ser transformado em biocombustíveis avançados ou até mesmo reutilizado para valorização energética. A fração que se consegue aproveitar para produção de biocombustíveis é uma alternativa renovável que reduz as emissões de CO₂ até 90%, face aos combustíveis fósseis”, refere Ana Calhôa, secretária-geral da ABA. Acrescentando que existe a “agravante do impacto ambiental da ausência de uma recolha adequada: um litro de óleo pode poluir cerca de um milhão de litros de água”.
A transformação dos OAU em biocombustíveis avançados constitui “uma cadeia de valor sustentável”, segundo a ABA, desde a recolha nos oleões municipais e industriais, passando pelo tratamento e refinação, até à sua utilização em frotas rodoviárias, transportes públicos ou aviação. De acordo com o último relatório anual da ABA, só em 2024, este subproduto representou 22% da matéria-prima utilizada na produção nacional, refletindo “a sua crescente importância para a diversificação da matriz energética”.
Ana Calhôa destaca que “Portugal tem uma oportunidade estratégica de potenciar a recolha de óleos alimentares e integrá-la numa visão mais ampla de descarbonização do transporte. Ao transformar resíduos em energia limpa, reduzimos simultaneamente a poluição, a dependência energética externa e o desperdício”.
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