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Central de Cervejas acelera descarbonização com investimento de 135 milhões até 2030
Produtora da Heineken em Portugal já opera com 100% de eletricidade renovável e avança para eliminar o uso de gás natural até 2030, num plano que inclui a instalação de uma bateria térmica de 100 MWh em Vialonga.
03 Nov 2025 - 10:06
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Fábrica de Vialonga
A Central de Cervejas e Bebidas (CCB) vai investir um total de 135 milhões de euros na descarbonização das suas unidades de produção até 2030, no âmbito da Jornada de Descarbonização integrada na estratégia global da Heineken, “Brew a Better World”. O objetivo passa por alcançar a neutralidade carbónica nas operações (âmbitos 1 e 2) até ao final da década.
“Atingir a neutralidade carbónica nos âmbitos 1 e 2 (produção) até 2030 é um dos objetivos da estratégia global ‘Brew a Better World’. Em Portugal, estamos comprometidos em criar um impacto positivo e em acelerar a nossa Jornada de Descarbonização, apoiando assim as ambições globais da HEINEKEN. Na Cervejeira de Vialonga, queremos produzir cerveja com energia 100% renovável até 2030”, afirma Julien Haex, diretor-geral da Central de Cervejas e Bebidas.
E acrescenta: “Os nossos compromissos de sustentabilidade refletem-se em toda a cadeia de valor, da cevada até ao bar. Por isso, encaramos esta Jornada como uma oportunidade para transformar não apenas a forma como utilizamos os recursos, mas também a estrutura da nossa produção, com o objetivo de aumentar a eficiência”.
Eletricidade de fontes renováveis
Num comunicado divulgado nesta segunda-feira, a CCB refere que, em 2024, cumpriu a meta de ter 100% sua eletricidade proveniente de fontes de energia renovável, através da instalação, entre 2019 e 2023, de 8.400 painéis solares na Cervejeira de Vialonga e na unidade de enchimento da Água de Luso, com capacidade para produzir 3.189 MWh/ano e 1.379 MWh/ano, respetivamente, bem como por meio de garantias de origem de múltiplos ativos.
A transição para energias renováveis tem continuidade em 2025, através de um Acordo de Compra de Energia (PPA) de longa duração, que fornece 32 GWh/ano de eletricidade renovável, a partir de um ativo dedicado, o Parque Eólico de Alto da Coutada.
Segundo a empresa, a próxima etapa passa pela transição da energia térmica, que representa cerca de dois terços da energia total consumida nas operações cervejeiras e será “uma das áreas mais desafiantes de descarbonizar numa cervejeira”, realizada até agora era produzida a partir de gás natural.
Uma das soluções está a ser implementada em parceria com a Siemens Portugal, prevendo-se o seu funcionamento total em 2026, na Cervejeira de Vialonga. Trata-se de um sistema de recuperação de energia que utiliza uma bomba de calor: o sistema gera energia térmica a partir de eletricidade produzida por fontes renováveis (solar/eólica), através de um circuito de água quente, substituindo parcialmente o vapor gerado pelas caldeiras a gás natural. Esta inovação, parcialmente cofinanciada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vai contribuir para reduzir as emissões de CO₂ associadas à energia térmica, explica a Central.
Por outro lado, a Central de Cervejas e Bebidas, a EDP e a Rondo Energy acabam de formalizar uma parceria para instalar uma bateria térmica de 100 MWh na Cervejeira de Vialonga, que combina energia solar, armazenamento térmico e eletrificação do calor para descarbonizar os processos industriais. Em operação em 2027, “trata-se de um projeto pioneiro na indústria das bebidas em Portugal e de uma das maiores baterias térmicas instaladas a nível mundial”, assinala a empresa na nota divulgada.
No âmbito deste acordo, a Rondo Energy fornecerá a tecnologia da bateria térmica, enquanto a EDP fornecerá energia renovável a longo prazo através de um PPA e instalará uma central solar de 7 MWp, cuja energia será utilizada para carregar a bateria da Rondo, capaz de fornecer continuamente vapor de alta temperatura e livre de carbono à Cervejeira, através de um modelo “Heat-as-a-Service”, naquele que será um dos primeiros grandes contratos deste género em Portugal.
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