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Cerca de 92% das empresas europeias estão a investir na transição verde
Relatório anual sobre investimentos do Banco Europeu de Investimento mostra um “foco evidente” na transição ecológica, com uma parte considerável do investimento direcionada para práticas sustentáveis.
14 Out 2025 - 11:06
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As empresas da UE mantêm-se empenhadas na transição ecológica, com 92% a adotar medidas para reduzir as emissões e diminuir as contas de energia, de acordo com o último inquérito anual do Banco Europeu de Investimento (BEI) sobre investimento (EIBIS).
O inquérito, que abrange mais de 12 mil empresas da União Europeia (UE) e mais de 800 empresas dos EUA inquiridas entre abril e julho de 2025, mostra que mais de nove em cada dez empresas da UE estão a investir diretamente em medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa que causam alterações climáticas. O Grupo BEI divulgou os resultados em Washington, EUA, nesta terça-feira, durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Grupo Banco Mundial.
O relatório destaca também que as empresas europeias igualam as empresas americanas na adoção de tecnologias de inteligência artificial (IA). Segundo os dados apurados, a percentagem de empresas da UE que utiliza IA generativa é de 37%, contra 36% nos EUA. Porém, a empresas europeias podem explorar ainda mais os benefícios da IA, utilizando-a numa gama mais ampla de atividades. De acordo com o inquérito, as empresas europeias estão atrás das suas congéneres americanas na implantação da IA nas áreas de atendimento ao cliente, processos internos, marketing e recursos humanos. Além disso, 81% das empresas americanas que utilizam IA fazem-no em mais de duas atividades, em comparação com 55% das empresas europeias.
Tensões geopolítica abrandam investimento
As tensões geopolíticas e comerciais estão a abrandar o investimento em ambos os lados do Atlântico, com as tarifas dos EUA a terem um impacto mais forte nas empresas americanas, de acordo com o EIBIS 2025. O investimento das empresas da UE está a mostrar resiliência, com 86% a continuar a investir – embora de forma mais cautelosa do que nos anos anteriores, em resultado de maiores incertezas políticas, regulamentares e económicas.
“Embora a incerteza pese fortemente sobre as empresas, estas estão, até agora, a resistir ao choque”, afirma a economista-chefe do BEI, Debora Revoltella, em comunicado. “Existe um compromisso claro de investir na digitalização e em iniciativas ecológicas, que são cruciais para manter a competitividade num mercado global em evolução. O foco na transição ecológica é evidente, com uma parte considerável do investimento direcionada para práticas sustentáveis”.
As empresas de ambos os lados do Atlântico estão cada vez mais preocupados com as recentes alterações nas alfândegas e tarifas, com 77% das empresas americanas a considerá-las um grande obstáculo (contra 48% na UE).
Oportunidades de investimento nas energias
O EIBIS 2025 também mostra que os desafios de investimento na Europa permanecem. Por exemplo, 83% das empresas da UE citaram a incerteza e 79% delas identificaram a escassez de mão de obra qualificada como os principais obstáculos ao investimento. Além disso, os custos de energia são um impedimento para 75% das empresas europeias, sinalizando a importância de acelerar a implantação de energias renováveis como motor da competitividade da UE.
Olhando para o futuro, as empresas da UE continuam a dar prioridade aos investimentos de substituição em detrimento da expansão da capacidade, com 26% a planear expandir as suas operações nos próximos três anos, contra 37% das empresas americanas com intenções semelhantes.
A percentagem de empresas com restrições financeiras diminuiu ligeiramente em comparação com os anos anteriores. O apoio político, sob a forma de subvenções ou financiamento em condições favoráveis, chega a cerca de 16% das empresas europeias que investem. De assinala que 61% do apoio político na UE é direcionado para objetivos políticos específicos (41% para apoiar a transição ecológica e 29% para a inovação).
O potencial de crescimento está associado a maiores esforços em termos de integração e simplificação europeias. Mais especificamente, 62% das empresas europeias consideram o mercado interno da UE fragmentado, enquanto o custo da burocracia é estimado em cerca de 2% do volume de negócios das pequenas e médias empresas (PME).
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