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COP30 lança coligação para impulsionar mercados de créditos de carbono
O objetivo é criar um mercado mundial de carbono que integre os sistemas nacionais e defina um preço de referência internacional para cada tonelada de emissões de dióxido de carbono evitadas. UE e China integram coligação.
08 Nov 2025 - 10:30
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Foto: Unsplash
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Líderes mundiais anunciaram na Cimeira do Clima, na cidade brasileira de Belém, a criação de uma coligação para estabelecer e regular os mercados de créditos de carbono como ferramenta de combate às alterações climáticas.
O objetivo da coligação, que conta com a China e União Europeia, é criar no futuro um mercado mundial de carbono, que integre os sistemas nacionais existentes e defina um preço de referência internacional para cada tonelada de emissões de dióxido de carbono evitadas.
“A Coligação Aberta irá explorar opções para promover a interoperabilidade a longo prazo dos mercados de carbono regulamentados existentes”, refere o documento, divulgado na sexta-feira.
A declaração sobre a Coligação Aberta para os Mercados de Carbono Regulamentados procura facilitar a troca de experiências e reforçar a cooperação internacional na regulamentação da negociação de créditos de carbono.
A coligação apresentou-se como um fórum voluntário que procura harmonizar metodologias e promover a transparência nos sistemas de negociação de créditos de carbono, que, segundo os líderes, “se têm mostrado eficazes para impulsionar a descarbonização e apoiar os países no cumprimento das suas metas de ação climática”.
De acordo com o documento, a iniciativa pretende “fomentar a aprendizagem conjunta” e partilhar as melhores práticas em monitorização, relatórios e verificação, contabilidade de carbono e a utilização de créditos de elevada integridade.
A declaração reconhece a “crescente relevância” dos mercados de créditos de carbono para ajudar os maiores emissores de gases com efeito de estufa a cumprir os compromissos no âmbito do Acordo de Paris.
Neste acordo, aprovado há 10 anos na capital francesa, os países comprometeram-se a impedir que as temperaturas subam além de dois graus Celsius (ºC) em relação à época pré-industrial, estabelecendo 1,5ºC como meta.
Os membros da coligação acreditam que a coordenação entre países pode contribuir para gerar liquidez, previsibilidade e confiança nos mecanismos de fixação de preços dos créditos de carbono.
A coligação foi lançada com a participação inicial do Brasil, Reino Unido, Canadá, Chile, Alemanha, México, França, Arménia e Zâmbia, embora o texto abra portas a novos membros.
O Ministério das Finanças do Brasil, autor da proposta, realçou que a iniciativa procura ligar as experiências das economias desenvolvidas e emergentes para reduzir a fragmentação existente entre os diferentes sistemas de negociação de créditos de carbono.
O Brasil está a avançar na criação de um mercado de carbono regulamentado, estando um projeto de lei em discussão no parlamento.
A iniciativa faz parte dos esforços da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30) para acelerar a implementação de políticas climáticas e promover soluções baseadas no mercado que contribuam para a descarbonização global.
A cimeira de líderes é um prelúdio COP30, que começa na segunda-feira.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT Green
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