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Desinformação climática: a urgência da verdade
A desinformação compromete a confiança pública e dificulta estratégias urgentes para o combate às alterações climáticas. Por Patrícia Pereira da Silva, vice-reitora para a Sustentabilidade da Universidade de Coimbra
20 Nov 2025 - 07:36
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Patrícia Pereira da Silva, vice-reitora para a Sustentabilidade da Universidade de Coimbra
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Patrícia Pereira da Silva, vice-reitora para a Sustentabilidade da Universidade de Coimbra
O aquecimento global de origem humana deixou de ser mera hipótese científica. É facto incontornável. Contudo, há uma ameaça insidiosa, menos visível, capaz de amplificar o desastre: a desinformação. Notícias falsas, dados manipulados e interpretações distorcidas propagam‑se com mais rapidez do que a ciência. Apesar de já surgirem movimentos e debates que questionam a forma como o tema tem sido tratado, a informação incorreta continua a confundir, atrasar decisões e a gerar riscos que ultrapassam o ambiente, afetando instituições e comunidades.
Nesta crise tão endurecedora quanto silenciosa, a desinformação compromete a confiança pública e dificulta estratégias urgentes para o combate às alterações climáticas. A integridade climática exige, assim, o alinhamento entre investigação, comunicação e intervenção. Compreender não basta. É necessário informar e agir.
Universidades, cidadãos e decisores devem colaborar para transformar conhecimento em mudanças objetivas e as universidades têm um papel decisivo como palco de pensamento e debate, fonte de conhecimento científico, esclarecimento da sociedade e credibilização das decisões políticas.
É vital a produção e a validação do conhecimento para contrariar a circulação de informação incorreta e de conteúdos sem fundamento científico. E são as instituições universitárias que garantem a investigação, a formação de especialistas e a produção de evidência científica.
Saber e informação complexa que só através de uma comunicação eficaz pode ser traduzida em mensagens claras, rigorosas e acessíveis, essencial para garantir a confiança pública nas decisões de resposta à crise climática.
Neste contexto, a Universidade de Coimbra (UC) tem tido também um papel central no combate às alterações climáticas, com alinhamento entre investigação, comunicação e intervenção, reconhecida nos rankings internacionais de sustentabilidade, como o Times Higher Education Impact Ranking. Nos campus, cada iniciativa tem repercussão: reduzir emissões, gestão eficiente de recursos, promover a biodiversidade, adotar hábitos sustentáveis ou promover literacia ambiental são práticas que consolidam a integridade climática.
Através do seu Gabinete para o Desenvolvimento Sustentável, a Universidade de Coimbra conduz projetos que mobilizam a comunidade académica habilitando-a para a melhor avaliação de impactos, promovendo soluções inovadoras e fomentando uma cultura cívica capaz de distinguir evidência científica de ruído informativo.
Os perigos da poluição informativa foi um dos temas levado pela equipa de UC à COP30, a par de outros como o financiamento climático, a conservação ambiental, o combate à desinformação, a saúde global e conjugar transição energética e digital.
O conhecimento é o antídoto para a desinformação. Para proteger o planeta é preciso preservar a verdade, a democracia e o sentido de comunidade.
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