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Emissões do transporte marítimo da UE foram as mais elevadas desde o início dos registos oficiais

Análise da T&E sugere imposição de tarifas a emissões. Principais responsáveis pela poluição marítima em 2024 foram porta-contentores.

11 Nov 2025 - 12:06

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Foto: Adobe Stock/Yellow Boat

Foto: Adobe Stock/Yellow Boat

Apesar da queda no mercado de trocas, as emissões de transporte marítimo europeu aumentaram 13% em 2024, o valor mais elevado desde a introdução da obrigatoriedade de comunicação de dados em 2018, como revela uma análise da Transport & Environment (T&E). Os especialistas apontam para a interrupção do comércio no Mar Vermelho como razão para as embarcações terem de navegar rotas mais longas.

A T&E acredita que os níveis recordes de emissões no último ano mostram como é importante que as emissões sejam tarifadas pela União Europeia, ao apelar também para uma expansão para embarcações menores.

Os principais responsáveis por este aumento foram os navios porta-contentores, a registarem uma subida de 46%. Segundo a análise, que teve por base os dados oficiais do sistema MRV da UE, este caso específico pode ser explicado por um crescimento de 18% na distância média navegada e um aumento médio de 3% nas velocidades operacionais. Pode ainda dever-se ao número de navios que terão sido necessários para servir rotas mais longas.

“As emissões do transporte marítimo são muito sensíveis às velocidades operacionais, uma vez que cada aumento de 1% na velocidade pode resultar num crescimento de 3% nas emissões”, explica a T&E.

A MSC continua a ser a empresa de transporte marítimo mais poluente do bloco europeu, responsável pela emissão de 15,6 milhões de toneladas (Mt) de CO2, revela o estudo. Fora do grupo dos porta-contentores, o Grupo Grimaldi foi o maior emissor (3,8 Mt), enquanto a Carnival teve as emissões mais elevadas de todas as empresas de cruzeiros (2,5 Mt).

A T&E frisa que a importações de combustíveis fósseis permanecem elevadas, a representar cerca de 20% de todas as emissões do transporte marítimo da UE, semelhante aos níveis de 2018. Mesmo com o esforço europeu em utilizar mais energias renováveis, os fósseis continuam a preocupar. As emissões dos transportadores de gás natural liquefeito têm vindo a aumentar desde a invasão russa à Ucrânia, mas diminuíram em 2024. Por sua vez, as emissões do transporte de petróleo bruto atingiram os mesmos máximos de 2019.

“Acabar com a nossa dependência dos combustíveis fósseis eliminaria uma parte das emissões do transporte marítimo, mas isso deixaria mais de 80% das emissões ainda por descarbonizar. Será necessária eficiência e combustíveis baseados em hidrogénio verde para chegar a zero”, descreve a responsável pela política de transporte marítimo da T&E, Agathe Peigney.

A importância do preço do carbono do Regime de Comércio de Emissões (ETS, na sigla inglesa) é também sublinhada pela T&E. A análise indica que este mecanismo, que vigora há dois anos, está a revelar-se eficaz, com cerca de 99% de conformidade já no primeiro ano. “A próxima revisão é uma oportunidade para a UE manter o rumo na regulamentação climática marítima, reforçando e alargando o sistema para garantir que todos os poluidores paguem a sua quota-parte”, alerta o grupo.

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