A sustentabilidade continua a ser prioritária para as empresas, com um crescimento nos investimentos direcionados em especial para as tecnologias verdes. Os empresários reconhecem os benefícios de integrar esta componente, sobretudo pelas vantagens comerciais, pelos resultados ligados à conformidade e pela marca e reputação. Maioria dos executivos que responderam ao recente inquérito da Deloitte Global indicaram que a sua abordagem no combate à crise climática passa pela transformação de modelos de negócio ou pela incorporação da sustentabilidade na organização das empresas.

Assim como no ano passado, “implementar soluções tecnológicas para ajudar a alcançar as metas de sustentabilidade” foi uma das ações frequentemente citadas entre os inquiridos. Dos 2100 inquiridos para o “2025 C-suite Sustainability Report”, 83% relataram um aumento de investimentos em sustentabilidade no último ano, ligeiramente abaixo dos 85% registados em 2024.

Quase metade (45%) identificaram as alterações climáticas como “um dos três principais desafios para as suas empresas no próximo ano”. Na lista seguiram-se a adoção de tecnologias de inteligência artificial (IA), bem como as perspetivas económicas e desafios relacionados com o comércio.

O inquérito mostra que as soluções tecnológicas podem ser até um facilitador para os esforços de sustentabilidade corporativa. Também 83% dos inquiridos afirmam que já estão a utilizar IA para promover a prática nas empresas.

“Os líderes com visão de futuro têm a oportunidade de avaliar se a sua estratégia e investimentos em sustentabilidade estão integrados com os principais fatores de desempenho, riscos materiais e prioridades estratégicas, ajudando a garantir que continuem a oferecer valor e resiliência operacional no futuro”, defende a líder global de Sustentabilidade Empresarial da Deloitte, Jennifer Steinmann.

No entanto, menos empresas estão a desenvolver novos produtos ou serviços sustentáveis, com uma redução de 4% em relação a 2024, enquanto 45% dizem utilizar materiais mais sustentáveis – uma redução face aos 51% do ano anterior. Também se notou uma diminuição na exigência do cumprimento de critérios de sustentabilidade aos seus fornecedores e parceiros comerciais. São apenas 42% face aos 49% do último ano.

A Deloitte conclui que poucos executivos colocam o ónus dos obstáculos nos custos ou na falta de apoio político. “Relatam que as alterações climáticas são menos perturbadoras para a sua estratégia de negócios e operações no curto prazo do que nos anos anteriores”, escreve a consultora britânica. Em vez disso, os empresários apontam para os desafios na medição dos impactos ambientais.