“Vamos Lixar o Lixo” é o nome da nova campanha de comunicação, sensibilização e informação na área dos resíduos, apresentada pelo Governo e pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Com de 5.3 milhões de euros de investimento, a iniciativa promete chegar aos portugueses através dos meios digitais, televisões, rádios e imprensa, com início confirmado para este Natal.

A campanha está prevista durar 12 meses, com maior incidência no próximo Natal e no verão de 2026, períodos em que se produzem mais resíduos. Além da aposta no digital e meios de comunicação, nomeadamente os locais, serão organizados ‘roadshows’ por todo o pais e eventos em centros comerciais.

Na cerimónia de assinatura da campanha, nesta sexta-feira, o presidente da APA, José Pimenta Machado, sublinhou que Portugal está “em estado de emergência” em relação à gestão de resíduos. A produção de resíduos urbanos (RU) no país voltou a subir em 2024. No total, foram geradas 5,55 milhões de toneladas, um aumento de 3,97% face ao ano anterior. Cada habitante produziu, em média, 517 kg de lixo, o equivalente a 1,4 kg por dia. E no destino final dos resíduos a deposição em aterro continua a dominar.

São quase 60% de resíduos produzidos, ainda muito longe da meta europeia de 10% até 2035. “Sete anos de estagnação mostram que é urgente agir”, alertou o responsável. Sublinhou estarem “empenhados no curto prazo” e que espera que a campanha chegue e influencie todo o país, embora só esteja planeada para o continente.

Já Duarte Durão, da agência de comunicação NOSSA, explicou que a sessão foi apenas “um teaser”, uma vez que o projeto da campanha ainda não está concluído. Prometeu a criação de um “movimento nacional com uma mensagem forte que envolva, responsabilize e mobilize os portugueses”. O objetivo é “evangelizar pessoa a pessoa para este problema” e reduzir o lixo em 4kg anuais por cidadão, referiu, por sua vez, o diretor geral da Nova Expressão, Filipe Teotónio Pereira.

“Conseguimos reduzir em 2025 uns 4% [nos depósitos em aterro], mas temos que acelerar o ritmo para chegar aos 10%”, disse a ministra do Ambiente e Energia. “Não basta sinalizar” o problema, concluiu, ao reforçar que a solução passa pelo envolvimento de todos, com especial atenção dos jovens. “Ensinar como se faz é essencial” e a campanha necessita “desse espírito”, ressalvou. “É talvez a melhor campanha que este ministério já fez”, frisou Maria da Graça Carvalho”.

A comunicação da campanha está também planeada para ser segmentada e adaptada para vários públicos alvo, incluindo turistas estrangeiros.