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Indústria automóvel global sofre mudanças com China a dominar e a ultrapassar a UE
No último ano, a grande potência asiática já representava mais de metade das vendas e 40% da produção global do setor. E dominava nos carros elétricos.
19 Nov 2025 - 12:19
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Em 2024, venderam-se cerca de 80 milhões de automóveis a nível global, um crescimento impulsionado pela comercialização de elétricos e híbridos, que perfizeram 45% do total. Este panorama resulta da entrada de novas economias no mercado, em particular a China, que já representa mais de metade das vendas internacionais do setor. Ao duplicar a sua produção automóvel em apenas quatro anos, o país asiático alberga agora 40% da capacidade global de produção, enquanto a Europa e os EUA detêm 15% cada. Estes valores são expostos num recente relatório da Agência Internacional da Energia (AIE), que nota assim que, no último ano, a China ultrapassou a União Europeia e tornou-se o maior exportador.
Numa avaliação positiva, o estudo “O que se segue para a indústria automóvel global” (na tradução portuguesa) revela que as vendas dos automóveis com motor de combustão interna caíram 30% desde o seu pico em 2017. Ao mesmo tempo, os elétricos viram uma subida, com 70% da sua produção a ter lugar na China.
“A indústria automóvel global está atualmente a passar por grandes mudanças que têm implicações significativas para as economias em todo o mundo e para o setor energético”, explica o diretor-executivo da AIE. Para Fatih Birol estão em curso três alterações estruturais: em termos da geografia da produção, das regiões que estão a impulsionar o aumento das vendas, e das tecnologias automóveis que os clientes estão a escolher.
Produzir automóveis na China sai mais barato do que nas apelidadas “economias avançadas”, salienta o relatório, em especial no caso dos elétricos. Esta realidade verificada na potência asiática em crescimento resulta de operações de fabrico em grande escala e da “integração vertical”, com uma simbólica contribuição dos custos energéticos e de mão de obra.
O que explica uma diferença de quase 40% no preço de fabrico dos elétricos entre a China e outras economias são os baixos custos de componentes do sistema de transmissão. Por exemplo, os preços médios das células de bateria neste país são 30% mais baixos do que na Europa e 20% inferiores aos dos EUA.
O relatório sugere que a disparidade nos custos de produção de baterias seja colmatada com tempo e investimentos suficientes. Isto porque, embora o acesso a componentes de baixo custo e minerais críticos represente 30% dessa diferença, outros 50% devem-se à eficiência e automação da produção. “É possível atingir taxas comparáveis de eficiência na produção de baterias fora da China, se as fábricas aumentarem a produção e ganharem experiência”, defende a AIE.
Fatih Birol frisa que “a indústria automóvel global é uma pedra angular de muitas economias nacionais, empregando diretamente mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo e sustentando milhões de empregos adicionais”, referindo ainda que os automóveis são atualmente a maior fonte de procura global de produtos baseados em petróleo.
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