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Líderes europeus preparam nova meta climática para 2040 com exigência de apoio à indústria
Estados-membros querem avançar com o objetivo de redução de 90% de emissões para 2040, mas pedem à Comissão Europeia medidas que protejam setores como o automóvel, o aço e o químico durante a transição verde.
15 Out 2025 - 08:34
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Os líderes da União Europeia (UE) deverão aprovar, na cimeira de 23 de outubro, uma nova meta de descarbonização: implementar a redução de 90% das emissões até 2040 na Lei Europeia do Clima. No entanto, exigem que Bruxelas reforce o apoio às indústrias mais expostas à transição verde, como a do aço, automóvel e química, segundo um rascunho de conclusões a que a Reuters teve acesso.
A UE falhou o prazo das Nações Unidas para definir o novo objetivo, em setembro, depois de a França, a Polónia e outros países exigirem um debate político sobre o impacto económico da meta. As preocupações centram-se no financiamento da transição e na competitividade das empresas europeias, num contexto de aumento dos custos energéticos e de investimento em defesa.
“É um número ambicioso. Precisamos de ser realistas, dado que só temos 15 anos”, defendia a secretária de Estado húngara para Assuntos Ambientais e Economia Circular, Anikó Raisz, na reunião dos ministros do Ambiente da UE, a 18 de setembro. Por sua vez, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, realçava a necessidade de a UE fixar já uma meta climática ambiciosa para 2040, “alinhada com a ciência e os compromissos assumidos no Acordo de Paris”.
O documento pede à Comissão Europeia que crie um “quadro de apoio” mais forte para garantir que as indústrias tradicionais se mantêm “resilientes e competitivas” num mercado global. A proposta não prevê novos fundos, mas alguns Estados-membros defendem rever o mecanismo de taxa de carbono nas fronteiras e adiar o fim da venda de carros a motor de combustão, previsto para 2035.
O texto sublinha ainda que os objetivos climáticos devem ser alcançados “de forma tecnologicamente neutra”, expressão usada por países como a Alemanha, cujo chanceler, Friedrich Merz, prometeu evitar uma proibição total dos veículos a gasolina e gasóleo em 2035.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, apela aos Estados-membros, na carta convite para a reunião da próxima semana, a um “debate estratégico sobre a forma de alcançar os nossos objetivos climáticos e de reforçar ao mesmo tempo a competitividade da Europa. Para tal há que centrar a atenção no quadro que apoiará as nossas indústrias e os nossos cidadãos na via para alcançar a neutralidade carbónica em 2050”.
Segundo a Reuters, caso haja consenso político na próxima semana, os ministros do Ambiente deverão aprovar formalmente a nova meta a 4 de novembro, antes da conferência da COP30.
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