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Mercado global de carbono enfrenta impasse com países a divergir na COP30

Falta de consenso sobre utilização de 30 milhões de dólares excedentes da ONU ameaça lançamento do novo sistema que está previsto ser lançado ainda este ano.

20 Nov 2025 - 08:50

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Presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, em conversa com António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas | Foto de Ueslei Marcelino/COP30

Presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, em conversa com António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas | Foto de Ueslei Marcelino/COP30

Os planos para lançar ainda este ano um novo mercado global de créditos de carbono apoiado pela ONU sofreram um revés na COP30, em Belém. Segundo avançou a Reuters, os governos ainda não chegaram a um consenso sobre como financiar o arranque do sistema, uma peça central do pacto fechado na Conferência das Partes do ano passado.

Após uma década de negociações, os países tinham finalmente definido regras para um mercado centralizado em que Estados e empresas podem comprar créditos resultantes de reduções de emissões realizadas em países mais pobres. Isto poderá permitir que economias mais ricas cumpram metas climáticas, enquanto se canaliza financiamento para os projetos nos países em desenvolvimento. Mas o lançamento, previsto para este ano, está agora em risco, conforme admitiram cinco fontes à Reuters.

No centro do impasse está a utilização de cerca de 30 milhões de dólares remanescentes de um antigo e pouco utilizado mecanismo de créditos da ONU. Vários países querem transferir já esse dinheiro para pôr o novo mercado a funcionar, enquanto outros preferem manter o esquema antigo aberto por mais tempo, até dois anos, para gerir a migração dos créditos existentes. Há ainda quem defenda que o montante deveria ir diretamente para o Fundo de Adaptação da ONU.

Sem essa transferência, o organismo responsável pelo novo sistema ficará sem financiamento e o mercado pode ficar congelado. “Há um grande problema orçamental. O mercado não pode avançar”, disse à Reuters um dos negociadores da COP.

O novo mecanismo é visto como crucial para impor critérios de qualidade mais rigorosos num setor marcado por falhas e escândalos no mercado voluntário de carbono, frisa a agência britânica. Além disso, 5% do valor das transações reverterá para apoiar países vulneráveis na adaptação às alterações climáticas.

O último rascunho das negociações divulgado pela presidência brasileira da COP30 mantém um “XX” no lugar do valor a transferir, sinal de que o desacordo persiste. Segundo diplomatas ouvidos pela Reuters, o dossiê do mercado de carbono já se está a relacionar com outras concessões políticas e financeiras que continuam em negociação em Belém. Se houver avanços nesses temas, acreditam, poderá finalmente surgir um compromisso.

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