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Onde o fogo passou, renascem colmeias: novo projeto quer recuperar biodiversidade nacional

Primeira ação da UPPartner decorre em Arganil e inclui a entrega de 100 colmeias para apoiar apicultores e recuperar ecossistemas devastados pelos incêndios de 2025.

19 Nov 2025 - 07:30

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Foto: Unsplash

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Os incêndios do verão de 2025 voltaram a expor a vulnerabilidade da paisagem portuguesa, deixando hectares destruídos e comunidades fragilizadas. Foi um dos três piores anos de sempre em termos de área ardida. Em resposta, a empresa UPPartner decidiu avançar com o “One Health Regenera”, um projeto que visa a regeneração do território, sob a ideia de que a saúde do ambiente, das pessoas e dos animais é interdependente.

A primeira intervenção ocorre em Arganil, no distrito de Coimbra, uma das zonas mais afetadas. A UPPartner irá entregar 100 colmeias, num contributo que pretende apoiar a recuperação da apicultura local e acelerar a regeneração dos ecossistemas.

Bernardo Soares, diretor “One Health” e responsável pelo projeto, explica que as colmeias são “o ponto de partida natural, por serem um símbolo vivo da regeneração da biodiversidade”, mas salienta que já têm o próximo passo definido para janeiro.

O processo de regeneração pós-incêndio, recorda o diretor ao Jornal PT Green, é demorado e passa por várias fases, desde a reorganização do solo à sucessão ecológica. “Após o incêndio, as cinzas libertam nutrientes como potássio e fósforo, que podem fertilizar o solo e estimular a germinação”, explica. No entanto, acrescenta, “incêndios muito intensos podem destruir a camada superficial do solo e eliminar microrganismos essenciais, tornando a recuperação mais lenta”.

A ação conta com a colaboração da Casa do Apicultor e do especialista Telmo Cabral, que garantem apoio técnico e ligação ao território. A iniciativa terá continuidade noutras regiões do país. A próxima intervenção está prevista para o início de 2026, no Norte, e poderá incidir sobre áreas de regeneração para além da apicultura, respondendo a necessidades específicas de cada território.

“Cada nova fase poderá focar-se em diferentes dimensões da regeneração, desde o apoio a comunidades e espécies afetadas até à recuperação de ecossistemas específicos, sempre sob a mesma visão: regenerar a vida em todas as suas formas – humana, animal e ambiental”, esclarece.

O projeto não conta, nesta fase, com financiamento externo, explica Bernardo Soares. A ambição passa, no entanto, por alargar a rede de parceiros empresariais para ampliar o impacto da iniciativa.

O diretor do projeto resume: “Num país com vastas áreas de vegetação mediterrânica, matos, montados, florestas atlânticas e agrícolas, a polinização realizada pelas abelhas é vital para a reprodução das plantas nativas, a estabilidade dos solos, a regeneração natural e a resistência à erosão. Em termos simples, a sua atividade garante a continuidade dos ecossistemas e da biodiversidade.

Os incêndios deste ano devastaram, até 31 de agosto, 554 mil hectares, tendo sido as regiões Norte e Centro as mais afetadas, conforme os dados do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR). Arganil foi o concelho mais prejudicado, com cerca de 65 mil hectares destruídos, seguido dos 46 mil ardidos em Trancoso, no distrito da Guarda. A grande maioria da área ardida (83%) ocorreu em áreas de perigosidade “Alta” ou “Muito Alta”, que cobrem 33% do território rural.

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