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Transição para as renováveis exige investimentos de 150 mil milhões de euros por ano

Presidente do Banco Central Europeu afirma que o preço da energia pode baixar 25% até 2030 se os países cumprirem as suas metas de energia solar e eólica.

21 Out 2025 - 16:01

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Christine Lagarde, presidente do BCE | Foto: BCE

Christine Lagarde, presidente do BCE | Foto: BCE

Christine Lagarde defendeu nesta terça-feira, na Noruega, que a Europa tem de apostar decididamente nas energias renováveis. Falando na Conferência Climática do Norges Bank, em Oslo, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) afirmou que “precisamos de energia segura — porque a realidade geopolítica mudou. Precisamos de energia sustentável — porque a realidade climática não mudou. E precisamos de energia acessível, tanto para as famílias como para as empresas”.

A responsável apontou como prioridade no processo de transição verde a necessidade de aumentar a capacidade de geração e de modernizar as redes elétricas. A concretização desse objetivo exigirá investimentos maciços, que, segundo Lagarde, a Comissão Europeia estima em cerca de 150 mil milhões de euros por ano.

“A Comissão Europeia estima que, até 2040, poderemos perder até dez vezes mais capacidade de geração de energia renovável do que perdemos atualmente, devido a restrições nas redes elétricas”, referiu a presidente do BCE, acrescentando que acredita que essas dificuldades podem ser superadas.

Segundo Christine Lagarde, “um estudo recente estima que, se os países europeus cumprirem as suas metas de energia solar e eólica, os preços da eletricidade poderão cair mais de um quarto (25%) até 2030, tornando-se também menos voláteis, devido a uma ligação mais fraca entre os preços da eletricidade e do gás”. E acrescentou: “Os custos também diminuiriam: investigações mais aprofundadas mostram que cada euro investido na modernização da rede elétrica traduz-se em mais de dois euros poupados em custos do sistema.”

A presidente do BCE acredita que “o investimento em infraestruturas pode ser particularmente eficaz na Europa, devido à nossa diversidade geográfica. O sul da Europa tem um forte desempenho na energia solar, enquanto as regiões costeiras do norte e do Atlântico se destacam na energia eólica”.

Além disso, “uma integração mais profunda do mercado de energia — por exemplo, através de mais interconectores transfronteiriços — permitiria que os países partilhassem o excedente de eletricidade, suavizassem as flutuações das fontes intermitentes e utilizassem de forma mais eficiente a capacidade de geração e de rede”.

Lagarde sublinhou que “uma integração transfronteiriça mais profunda reduz os custos globais do sistema em cerca de 9% — o equivalente a 26 mil milhões de euros por ano — e reduz os preços da eletricidade mais do que abordagens nacionais isoladas”.

Mas de onde virá o dinheiro para financiar esta transformação energética da Europa? Lagarde quantificou o desafio: “Se tivermos em conta a descarbonização da indústria, dos transportes e do fornecimento de energia, as necessidades de financiamento para a transição verde são enormes — estimadas em 1,2 biliões de euros por ano. O setor privado terá de responder por mais de dois terços desse investimento.”

Parte da resposta poderá estar nos mercados de capitais, que Lagarde descreveu como “o elo perdido”. “O financiamento através de dívida e capital próprio ocupa atualmente o último lugar entre as fontes de financiamento que as empresas esperam utilizar para investimentos verdes. Aprofundar e integrar os mercados de capitais da União Europeia é fundamental para apoiar os investimentos em larga escala de que precisamos”, afirmou.

Ainda assim, persistem barreiras: “Os investidores não darão um passo em frente se a transição verde for obscurecida pela incerteza — especialmente se observarem uma crescente resistência às iniciativas verdes noutras partes do mundo”, alertou Lagarde. “A criação do ambiente certo começa com credibilidade: cumprir as metas verdes existentes e manter um preço de carbono estável. A vacilação nesses compromissos pode paralisar o investimento precisamente quando ele é mais necessário.”

“Coletivamente, a Europa dispõe dos recursos necessários para ter sucesso. O que precisa agora são mercados de capitais mais robustos e políticas firmes para transformar as suas ambições verdes em realidade. O objetivo, em última análise, é progredir rumo a uma verdadeira união energética”, concluiu a presidente do BCE.

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