3 min leitura
WindEurope alerta que sem investimento portuário não pode haver energia eólica
Portos enfrentam novas exigências, ao precisarem de mais espaço, infraestruturas mais robustas e melhor logística para acompanharem o rápido crescimento das fontes eólicas.
30 Out 2025 - 15:24
3 min leitura
                Foto: Bob Brewer/Unsplash
- NEXTGEN CAM é o único projeto português entre 61 que vão ser apoiados pelo Fundo de Inovação europeu
 - Manifestantes exigem mais transparência em protesto contra instalação de central fotovoltaica no Fundão
 - Ribeiras urbanas europeias contaminadas por fármacos
 - Shell regressa 20 anos depois a Angola para explorar petróleo
 - BEI e Iberdrola assinam empréstimo de 500 milhões para parque eólico no Mar Báltico
 - Soluções baseadas na natureza são cruciais para reduzir risco de incêndios florestais na Europa
 
                    Foto: Bob Brewer/Unsplash
“Não existe energia eólica sem investimentos portuários”, alerta a WindEurope nesta quinta-feira. A associação diz que em toda a Europa os portos estão a enfrentar novas exigências, ao precisarem de mais espaço, infraestruturas mais robustas e melhor logística para responder ao rápido crescimento desta fonte em ambiente ‘offshore’.
A implementação de turbinas maiores e as novas tecnologias exigem que os portos se adaptam rapidamente, numa altura em que a União Europa prepara duas estratégias chave para 2026: a Industrial Marítima e a Portuária. A WindEurope refere que a velocidade de expansão da energia eólica já supera o desenvolvimento dos portos. Os portos são ainda vitais para a passagem de equipamentos que incorporam os parques eólicos terrestres, como as turbinas, as pás e as torres.
A diferença é “substancial” e, para haver um reequilíbrio, “os portos europeus precisam, coletivamente, de 2,4 mil milhões de euros em investimentos adicionais nos próximos anos para acompanhar as metas de 2050”, esclarece a associação. Para que este investimento seja concretizável, a WindEurope refere que é fundamental combinar financiamento público e privado.
Os governos nacionais também podem prestar ajudas, ao fornecer garantias, financiamento direcionado e políticas que incentivem o uso eficiente das infraestruturas existentes, conclui a associação. Adiciona que “uma cooperação transfronteiriça mais forte entre os portos ajudará a evitar a duplicação e a utilizar da melhor forma os recursos”.
No primeiro trimestre de 2026, a Comissão Europeia (CE) vai apresentar a Estratégia Portuária para promover uma maior coordenação entre os países membros para alinhar o calendário e a escala dos concursos de energia eólica ‘offshore’. Esta proposta, em particular, inclui a autorização mais rápida para a modernização dos portos e um apoio financeiro mais forte do Mecanismo Interligar a Europa (MIE) e do Banco Europeu de Investimento.
Vai ser também introduzida a Estratégia para as Indústrias Marítimas do bloco, ao concentrar-se no apoio ao fabrico de embarcações em segmentos de mercado que continuam a ser competitivos, especialmente as de serviço e as de transporte de tripulação. Ambas as estratégias servirão para reconhecer o papel dos portos como centros nevrálgicos de energia e transporte.
Adicionalmente, a proposta da CE para o novo orçamento de longo prazo – o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para 2028-2034 – reserva 81,4 mil milhões de euros para o MIE. Deste montante, cerca de 34 mil milhões serão destinados às infraestruturas de transportes através do MIE Transportes, incluindo os portos. A título de comparação, o orçamento atual do MIE Transportes (2021-2027) é de cerca de 24 mil milhões de euros. “Este aumento é muito bem-vindo”, afirma a WindEurope ao frisar que “um melhor financiamento significa mais oportunidades para melhorar e expandir os nossos portos eólicos offshore”.
Após a reunião da associação desta quinta-feira, na Irlanda, a diretora de Filiação da WindEurope, Diana Barrios, salientou: “Sem investimento estratégico em infraestruturas portuárias, a energia eólica offshore não pode expandir-se. A Europa deve tratar os portos como ativos energéticos, e não apenas como centros de transporte”.
- NEXTGEN CAM é o único projeto português entre 61 que vão ser apoiados pelo Fundo de Inovação europeu
 - Manifestantes exigem mais transparência em protesto contra instalação de central fotovoltaica no Fundão
 - Ribeiras urbanas europeias contaminadas por fármacos
 - Shell regressa 20 anos depois a Angola para explorar petróleo
 - BEI e Iberdrola assinam empréstimo de 500 milhões para parque eólico no Mar Báltico
 - Soluções baseadas na natureza são cruciais para reduzir risco de incêndios florestais na Europa