A Águas do Centro Litoral (AdCL) adjudicou um estudo para o subsistema de saneamento na Vieira de Leiria, concelho da Marinha Grande, para garantir a qualidade da água do rio Lis, conforme o anunciado nesta quinta-feira.

O estudo pretende definir a melhor solução de tratamento para o subsistema de Vieira de Leiria, havendo duas opções, o encaminhamento do efluente para a estação de tratamento de águas residuais (ETAR) do Coimbrão (Leiria) ou a alteração do sistema de tratamento na ETAR de Vieira da Leiria. Neste caso, com adaptação aos novos valores limite impostos pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

O anúncio foi feito na reunião, em Monte Real (Leiria), da comissão de acompanhamento criada para avaliar a avaria, em agosto, na estação elevatória de Monte Real, os seus impactos e a necessidade de investimentos, na qual foi também apresentado o relatório prévio do Estudo Técnico para Avaliação de Danos Ambientais e Medidas de Mitigação adjudicado pela AdCL.

A AdCL tem também em curso a instalação do reforço do sistema de desinfeção ultravioleta na ETAR do Coimbrão, a concluir até ao final do ano, para aumentar a eficiência do tratamento.

Por outro lado, está terminado o reforço do sistema de bombagem na estação elevatória de Monte Real, onde, em 12 de agosto, uma avaria obrigou à descarga de milhares de metros cúbicos de efluentes não tratados no rio Lis, que desagua na Praia da Vieira.

À agência Lusa, o presidente da AdCL, Alexandre Tavares, salientou a importância destes investimentos, frisando que a empresa “está envolvida ativamente em melhorar o contributo daquilo que são os seus efluentes tratados e descarregados para a linha de água”.

“A AdCL está a dar o seu melhor contributo para que o rio Lis tenha melhor qualidade”, reiterou, alertando, contudo, que o relatório prévio do estudo de avaliação de impactos ambientais evidenciou “a dimensão difusa e complexa de múltiplas pressões que existem” e que “está muito para além daquilo que foi o evento crítico de agosto”, sendo necessário identificar.

Alexandre Tavares destacou ainda, sobre aquele relatório prévio, que o rio Lis, em setembro, “já tinha parcialmente recuperado o meio ambiente”.

O presidente da CIM da Região de Leiria, Jorge Vala, disse acreditar que, com esta “intervenção que tem, evolutivamente, sido feita pela AdCL”, se caminha “para a resolução de um problema muito complexo, que não é de agora”, e que “tem nos autarcas e na AdCL uma preocupação muito grande”.

Em 12 de agosto, uma avaria na estação elevatória de Monte Real obrigou à descarga de milhares de metros cúbicos de efluentes não tratados para o rio Lis e em valas de rega.

A APA estimou que foram lançados ao rio entre 20 mil e 25 mil metros cúbicos de esgoto bruto.

Na ocasião, os banhos na Praia da Vieira, onde desagua o rio Lis, foram interditados e o Município de Leiria desaconselhou atividades no troço do rio Lis a jusante de Monte Real, como captações para rega, banhos e pesca.

A avaria naquela estação, infraestrutura da responsabilidade da AdCL, ficou ultrapassada na madrugada de dia 14.

O relatório prévio do estudo de avaliação de impactos ambientais após as descargas indica “evidente recuperação”.

“Os resultados preliminares apontam para um impacto agudo, espacialmente circunscrito e de curta duração, mas sugerem já uma evidente recuperação nos troços a jusante do ponto de descarga”, lê-se no relatório, com data de 15 de outubro.

Agência Lusa

Editado por Jornal PT Green