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Ana Trigo Morais: “Estamos a enviar para aterro quase 40 milhões de euros”
A CEO da Sociedade Ponto Verde alerta que Portugal não vai cumprir a meta europeia de reciclar 65% das embalagens em 2025. Defende que o sistema nacional de gestão de resíduos “está obsoleto”, carece de investimento focado e de liderança política.
17 Nov 2025 - 07:30
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Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde | Foto: Jornal PT Green
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Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde | Foto: Jornal PT Green
Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde (SPV), lança um alerta que soa a emergência nacional. O país está literalmente a deitar para o lixo quase 40 milhões de euros em resíduos que poderiam ser valorizados. Ao mesmo tempo, os aterros que os acolhem estão a chegar ao limite da sua capacidade e Bruxelas coloca mais pressão para o país cumprir metas. Aponta o dedo ao modelo de gestão de resíduos, que considera ‘obsoleto’ e que não serve já as necessidades do país.
Em entrevista ao Jornal PT Green, a CEO da SPV identifica problemas e aponta soluções, que passam, na sua perspetiva, pela reformulação de todo o sistema, por canalizar financiamento para onde é preciso, tirar partido das tecnologias e da inteligência artificial e, sobretudo, por recompensar o primeiro agente da reciclagem: o cidadão. “Entregar aos cidadãos uma boa prática de comportamento ambiental é ótimo, mas não chega. Tem que se lhe pôr um incentivo em cima”, defende.
No final de 2025, Portugal deveria garantir a recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado. Mas a Ana Trigo Morais já antecipou que o país não vai atingir esta meta. O que está a falhar?
A Sociedade Ponto Verde fará, em 2026, 30 anos. Isto significa que acumulámos uma enorme experiência ao longo destes anos, criando um sistema novo para recolher, valorizar e reciclar embalagens. Acompanhámos toda a evolução do consumo, da operação, da infraestrutura e também das regras que definem o quadro da nossa atuação, essencialmente definidas em Bruxelas e depois adaptadas pelos Estados-membros.
Quando o sistema arrancou, parecia que seríamos todos iguais na Europa, mas a verdade é que os diferentes países e as suas políticas públicas evoluíram de forma distinta. Em Portugal tivemos uma primeira fase de grande crescimento, com sensibilização, educação ambiental, o Gervásio, a colocação de ecopontos e a criação de centrais de triagem. Mas, nos últimos 10 anos, observámos dois fenómenos. Primeiro, o país nunca cumpriu a meta de reciclagem dos resíduos urbanos. Estes incluem os resíduos indiferenciados, os restos de jardim, os equipamentos elétricos e eletrónicos, o mobiliário e os biorresiduos.
O fluxo específico das embalagens, porém, fez o seu caminho e foi cumprindo metas até 2024. Já sabíamos há muito tempo que, em 2025, as metas iriam aumentar. Desde o início que alertámos que havia um ponto crítico na operação de recolha: o estrangulamento está na recolha pós-consumo. Avisámos que não basta definir metas no papel, temos que construir soluções, sobretudo ao nível da operação e do serviço que desenhamos para o cidadão, para que possamos aumentar a coleta, a triagem e a reciclagem.
Chegamos a 2025 e aquilo que prevíamos está a acontecer: Portugal vai incumprir a meta global de reciclagem das embalagens. Mas os materiais não estão iguais em termos de desempenho. Por exemplo, o papel cartão cumpre largamente a meta de 2025, o plástico também cumpre essa meta, mas permanecem desafios estruturais no setor. O país não se desenvolveu nem investiu, sobretudo ao nível dos municípios, das comunidades intermunicipais e dos sistemas de gestão de resíduos.
Portanto, estamos a enviar muito material para os aterros, que podia ser valorizado ambientalmente e economicamente. A nossa última estimativa aponta para que estejamos a enviar para aterro quase 40 milhões de euros, porque não há operação de recolha. Além de que os aterros em Portugal estão a chegar ao limite. Alguns não têm mais do que um ou dois anos de vida.

Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde | Foto: Jornal PT Green
Esta meta dos 65% é global para os resíduos de embalagens. Quanto estamos, efetivamente, a cumprir?
Neste momento, estamos a projetar um desempenho de cerca de 60% em 2025. Ainda é uma estimativa, mas é o que prevemos para o final do ano.
Falou que o problema está também na parte dos municípios e do SIGRE.
O Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem é um ecossistema de atores, cada um com o seu papel. Fazem parte dele as entidades gestoras, como a Sociedade Ponto Verde, e também os sistemas de gestão de resíduos urbanos, sobretudo no fluxo doméstico, cuja responsabilidade é dos municípios ou das comunidades intermunicipais. São estes que fazem a recolha dos resíduos, depois fazem a separação e entregam-nos para valorização e reciclagem.
Custa-me dizer que o problema são os municípios. Prefiro dizer que o conjunto dos responsáveis, no país inteiro, não conseguiu desenvolver nem investir num sistema eficaz. Há municípios com bons desempenhos e outros abaixo da média, mas o que falta é uma política pública integrada. O estrangulamento está na operação, na recolha. Não vejo investimento, nem esforço, nem um redesenho do sistema, que está obsoleto e antigo face às necessidades que temos para cumprir as metas.
Não há liderança então para mudar este sistema?
É um sistema muito regulado. A primeira liderança tem de ser política. A política pública não tem sido capaz de desenhar um quadro que faça evoluir o sistema.
Em segundo lugar, é um setor ainda fechado à concorrência. E ao ser um setor não concorrencial fica muito dependente da capacidade dos decisores que gerem o território, nomeadamente autarquias, juntas, câmaras, CCDR, etc. de redesenharem o modelo.
Qual é, então, a solução?
É preciso abrir o setor à concorrência e chamar novos atores que venham complementar os investimentos já feitos no território. Precisamos de um sistema de recolha seletiva que permita circularizar a economia e atingir as metas de reciclagem.
Em segundo lugar, precisamos de modernizar significativamente a forma como recolhemos e tratamos os resíduos de embalagem. Temos de desenhar mais conveniência e melhor serviço para os cidadãos. O país está bem equipado de ecopontos, mas é preciso adequar os modelos de recolha ao tipo de território. Não é igual recolher no Algarve, no Alentejo, na Serra da Estrela ou em Lisboa. Portanto, temos que desenhar e investir noutro tipo de modelos de recolha. Por exemplo, em sistemas de recolha porta a porta, mais convenientes, para que ninguém tenha desculpas para não reciclar, porque não há ecoponto ou porque o ecoponto não está bem localizado. São novos sistemas, novos modelos na recolha, recolhas porta a porta, recolhas ‘pay as you throw’.
Ter vários sistemas, portanto?
Há muito tempo que defendo que é preciso dar aos cidadãos a possibilidade de escolherem qual vai ser o seu comportamento ambiental. Se as pessoas souberem que pagam menos pelo serviço de resíduos quando colocam corretamente as embalagens nos ecopontos, vão reagir de forma positiva e mudar comportamentos. Enquanto o valor a pagar for indiferente, não existe um incentivo financeiro que promova boas práticas. Essa é uma falha estrutural do sistema português, e enquanto não for corrigida, será muito difícil atingir as metas de reciclagem. Além disso, a fatura do tratamento de resíduos está indexada à fatura da água. As pessoas pagam tudo junto e não têm perceção do custo real da gestão dos resíduos.
A reforma profunda que é necessária passa por separar a cobrança da água da cobrança do tratamento de resíduos. Essa medida está prevista na legislação, mas foi sucessivamente adiada.
Entretanto, houve um aumento histórico de financiamento, mas sem resultados. Porquê?
O sistema integrado de gestão de resíduos de embalagem é a forma de operacionalizar a Responsabilidade Alargada do Produtor (RAP). A RAP determina que as empresas que colocam embalagens no mercado devem financiar o seu fim de vida, a recolha, valorização e reciclagem. Podem fazê-lo individualmente ou através de sistemas coletivos, como a Sociedade Ponto Verde.
O Governo fixa os valores que as entidades gestoras têm de pagar. Defendemos há muito tempo que esses custos devem refletir os valores efetivos da recolha e tratamento das embalagens, e que devem ser separados dos custos dos restantes resíduos urbanos. Hoje, está tudo no mesmo saco, o que dificulta a evolução do sistema.
O Governo praticamente duplicou as nossas responsabilidades para financiarmos o sistema. O sistema em 2024 custou à RAP cerca de 119 milhões de euros e, no final deste ano, estamos a estimar pagar quase 200 milhões de euros. Vamos dobrar o financiamento do sistema. E como é que o desempenho operacional evoluiu? Muito mal, porque a reciclagem não cresceu, está estagnada. Até setembro, cresceu apenas 2%, e no caso do vidro houve até uma diminuição da quantidade recolhida.
Ou seja, aumentámos significativamente o investimento, mas sem resultados operacionais visíveis. Isso mostra que o problema não é falta de dinheiro, é falta de investimento direcionado, de execução e de reforma estrutural.

Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde | Foto: Jornal PT Green
Então por onde é que foi canalizado esse dinheiro?
Esse dinheiro está entregue aos sistemas e a partir daí eu não sei mais nada o que lhe aconteceu. Sabe quando é que conseguíamos perceber isso? Quando houvesse um sistema de registo de despesas especializado sobre as diferentes operações que se fazem. Quanto é que se gasta a recolher embalagens de plástico? Quanto é que se gasta a recolher embalagens de vidro? Quanto é que se gasta a recolher restos de jardim? Quanto é que se gasta a recolher biorresíduos? Quanto é que se gasta a recolher resíduos orgânicos?
Queria passar agora para a parte do vidro. É o grande problema, não é?
Nos últimos cinco anos, uma grande preocupação da Sociedade Ponto Verde foi incentivar as melhorias de eficiência na operação, para que nos trouxessem mais vidro para reciclar, até porque nós temos a indústria vidreira a precisar do vidro para reciclar, está a importar vidro de fora e nós estamos a mandar vidro para a terra. Alguma coisa está mal. Portanto, o que fizemos foi investir num sistema de incentivos para os operadores públicos nos trazerem mais vidro.
Em segundo lugar, andamos a estudar a cadeia de valor para perceber porque é que isto está a acontecer. Se somos um país que tem maior consumo per capita de vidro embalagem por causa do vinho, se temos um canal Horeca onde se vende muito vinho, porque é que não o conseguimos recolher? Há uma enorme dificuldade, a rede de recolha que serve a hotelaria, os restaurantes, os cafés, não está desenhada para lhes dar o melhor serviço. É igual ao doméstico.
Já testámos várias tecnologias, vários modelos de recolha. Não foi possível avançar significativamente na transformação do sistema de recolha e entramos em 2025 com o vidro a continuar a não cumprir a sua meta de reciclagem.
Qual é a percentagem que se recicla de vidro?
A meta oficial é 65% e com muita dificuldade chegaremos aos 60%. Nós pagamos uma pesada penalização por não conseguirmos cumprir a meta de reciclagem destas embalagens.
Falou no canal Horeca. É um dos maiores produtores de resíduos de vidro. Qual é o problema aí?
Um restaurante que produz mais de 1100 litros por dia é obrigado a contratar um operador privado para recolher o vidro. Mas abaixo desse valor, um pequeno café, a recolha é feita pelos municípios.
E aqui não se vê aqui uma grande solução à vista?
O país já tem muitos estudos, muitos mapeamentos, muitas caracterizações. Nós sabemos quais são as necessidades, o que é preciso é redesenhar todo o modelo logístico que praticamente não evolui há 20 anos.
Mudam os governos e não se avança?
Eu reconheço que é difícil ter um centro de decisão em Bruxelas que decide implementar um conjunto de regras, depois temos um governo, as agências públicas do governo, os reguladores, os sistemas coletivos, depois temos concessionárias, presidentes de câmara, presidentes de junta, é complexo. Portanto, o que tem que se fazer é olhar para este sistema e encontrar um novo modelo para gerir os resíduos em Portugal. Esse é que é o grande desafio.
E não há bons exemplos lá fora?
Há muitos. Nos Países Baixos, nos países nórdicos, na Alemanha e mesmo em França. Todos implementaram modelos eficazes de recolha seletiva, baseados em dados, transparência e eficiência.

Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde | Foto: Jornal PT Green
Portugal teria capacidade para implementar algo assim?
Claro que sim. Os portugueses sabem fazer. O que falta é decisão.
Então o problema é essencialmente político?
Sim, é uma questão política e de orientação de financiamento. Os aterros estão no limite.
Falemos então dos aterros. A ministra disse, na apresentação do Orçamento do Estado, que os aterros são necessários, mas que não serão construídos novos.
No início dos anos 90, Portugal tinha imensas lixeiras a céu aberto. As lixeiras foram substituídas por aterros, mas a maioria já tem uma vida longa. E há muito que se sabe que estão a chegar ao final da sua capacidade.
Entretanto, a produção de resíduos em Portugal continua a aumentar, acompanhando a atividade económica. Atualmente, nove aterros estão praticamente esgotados. E há um problema ainda maior: até 2035 temos que reduzir de 59% de resíduos urbanos que estamos a enterrar para 10%. E nós estamos em 2025. Estou muito expectante para perceber como é que vamos tratar o problema dos aterros.
Uma das maiores pressões que há sobre os aterros em Portugal vem dos biorresiduos, ou seja, dos resíduos orgânicos e alimentares que colocamos no caixote do indiferenciado. O sistema de recolha de biorresiduos devia estar implementado no país desde 2023. Mas temos 15% da população coberta por um serviço de recolha de biorresiduos. A verdade é que tenho visto muitos planos de investimento a serem aprovados para criar a rede de biorresiduos, mas nós temos mesmo que andar muito mais depressa, porque estivemos parados anos e anos.
Que soluções a tecnologia pode trazer para acelerar a mudança?
Na Sociedade Ponto Verde temos uma linha estratégica muito clara: queremos ser aceleradores da inovação na cadeia de gestão das embalagens. Testamos tecnologia, procuramos soluções de ponta para recolha, triagem e valorização de resíduos. Por exemplo, foi com o nosso apoio que foram instalados os primeiros braços robóticos de separação de embalagens em Portugal — um na Valorsul e outro no Algarve.
Abrimos programas de inovação, lançámos desafios a startups, testámos soluções e cofinanciámos 75 a 80% da sua implementação. Nós queremos promover esta inovação aberta. Mas a inovação não se fica só na recolha, na triagem, na separação, na valorização dos materiais para poderem ser melhores matérias-primas secundárias. Tem um outro quadrante que é o do tipo de embalagens que se usam e da conformidade com essas embalagens.
E isso é um trabalho que fazemos com as empresas, com os embaladores, com quem coloca no mercado. Desenvolvemos uma ferramenta que faz a avaliação de cada embalagem e do seu impacto ambiental, para que as empresas possam desenhar embalagens mais conformes com o processo de reciclagem. Nós trabalhamos muito a montante, porque a inovação tem que estar na cadeia toda. Temos que começar no eco-design até à infraestrutura que vai resultar na reciclagem e na valorização dessas matérias primeiras para entrarem no processo produtivo outra vez.
E a questão dos dados?
Este é um tema crítico, tem a ver com transparência e capacidade de podermos tomar decisões de políticas públicas, de regulação, de supervisão, para atingir as metas. Nós temos muito poucos dados consolidados. Se compararmos os dados da Sociedade Ponto Verde com os do Eurostat, do INE ou de outras entidades, encontramos diferenças significativas. A própria Comissão Europeia já identificou a falta de dados fiáveis como uma das principais causas do incumprimento das metas de reciclagem. Um dos pontos que identifica em Portugal é que é preciso investir num sistema de recolha de dados confiáveis e transparentes.
Eu já propus, vezes sem conta, criar-se um Observatório de Gestão de Resíduos. Temos que criar um sistema de registo que nos permita a todos termos confiança. É criar do zero o que existe no SIGRE. Portanto, é preciso muita coragem, muita capacidade de investir para fazer estas revoluções aqui no setor dos resíduos.
E aqui a inteligência artificial pode ser o motor que nos permite acelerar essa transformação. Pode ajudar-nos a construir um sistema integrado de registo e monitorização em tempo real, fiável, auditável e acessível a todos — autoridades, empresas e cidadãos. Não há boa decisão sem boa informação. Ora, no setor dos resíduos nós não temos muito boa informação.
Nada disto se faz sem os consumidores. Que estratégias podem aumentar a participação dos portugueses na reciclagem?
A nossa obrigação é dar continuidade permanente às nossas ações de educação, de sensibilização ao consumidor. Não há um português que não saiba reciclar. Todos sabem separar embalagens. Mas isso não chega. O que nós temos visto é que nossos projetos são muito úteis e, de facto, levam as pessoas a triar muitas dúvidas, a aumentar a reciclagem, mas não chega para atingir as metas de reciclagem. É preciso garantir conveniência e qualidade de serviço na recolha. Quando o cidadão encontra ecopontos sujos, cheios ou degradados, perde a confiança no sistema.
É essencial melhorar o serviço, investir na recolha porta a porta e criar sistemas de incentivo, para que o consumidor sinta, na fatura, a diferença entre reciclar e não reciclar. Entregar aos cidadãos uma boa prática de comportamento ambiental é ótimo, mas não chega. Tem que se lhe pôr um incentivo em cima.
Portanto, o tema da gestão dos resíduos é urgente e não é só por causa dos aterros, é porque de facto estamos a ficar para trás. Portugal já foi um exemplo na montagem do sistema de gestão e de reciclagem das embalagens. Mas neste momento ou vamos todos juntos para atingir as metas ou então Portugal vai continuar a incumprir as metas de reciclagem.
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