Subscrever Newsletter - Mantenha-se atualizado sobre tudo o que se passa na transição verde.

Subscrever Newsletter

Mantenha-se atualizado sobre tudo o que se passa na transição verde.

Submeter

Ao subscrever aceito a Política de Privacidade

3 min leitura

BCE reforça necessidade de integração dos riscos climáticos nas avaliações de crédito

Supervisor destaca progressos na incorporação dos riscos climáticos nas classificações de crédito e alerta para a importância de dados fiáveis e transparência empresarial.

07 Nov 2025 - 12:06

3 min leitura

Christine Lagarde, presidente do BCE | Foto: BCE

Christine Lagarde, presidente do BCE | Foto: BCE

O Banco Central Europeu (BCE) reforçou a importância de incluir os riscos relacionados com as alterações climáticas nas avaliações de crédito usadas pelos bancos e agências de rating. Num novo artigo, publicado nesta sexta-feira, o BCE detalha como o Eurosistema está a adaptar as suas metodologias para garantir que os impactos do clima sejam refletidos na análise da qualidade dos ativos financeiros aceites como garantia nas operações de financiamento.

O objetivo é assegurar que o sistema financeiro da zona euro reflita corretamente os riscos e oportunidades climáticas, evitando que o BCE aceite como garantia ativos que possam estar sobrevalorizados ou sujeitos a perdas futuras devido a eventos climáticos ou à transição energética.

De acordo com o BCE, todos os sete sistemas internos de avaliação de crédito (conhecidos como ICAS) geridos pelos bancos centrais nacionais já incluem o risco climático nas suas análises. Atualmente, 69% das classificações internas têm em conta fatores climáticos, cobrindo cerca de 56% dos ativos mobilizados como garantia.
Apesar disso, o impacto concreto nas notas ainda é reduzido: menos de 4% das classificações sofreram ajustes, normalmente de apenas um nível. Os setores mais afetados são a indústria, a construção e o comércio, que enfrentam desafios na adaptação a políticas ambientais mais exigentes.

O artigo destaca também o papel das principais agências internacionais de rating, como a DBRS Morningstar, Fitch, Moody’s, Scope e S&P Global, que estão a integrar gradualmente os riscos climáticos nas suas metodologias.

Ainda assim, o peso destes fatores nas classificações finais continua limitado: estima-se que os fatores ambientais, sociais e de governação (ESG, na sigla e inglês) influenciem entre 13% e 19% das decisões de rating, mas as baixas das notas diretamente ligadas ao clima representam apenas 2% a 7%.

Os impactos mais significativos verificam-se em setores como a energia, o automóvel, os seguros e as utilities, por estarem mais expostos às políticas de descarbonização e aos efeitos de fenómenos meteorológicos extremos.

Faltam dados fiáveis

O BCE reconhece que, apesar dos avanços, persistem vários desafios. Faltam dados fiáveis e detalhados sobre as emissões e a exposição das empresas aos riscos climáticos, sobretudo nas PME, e as metodologias de rating continuam a centrar-se no curto e médio prazo, enquanto os efeitos do clima são de natureza estrutural e de longo prazo.

Além disso, o BCE sublinha a importância de manter regras rigorosas de transparência através da Diretiva de Relato de Sustentabilidade Corporativa (CSRD, na sigla em inglês), que obriga as empresas a divulgar informação sobre o seu impacto ambiental e climático. Estes dados são fundamentais para que as agências de rating, os bancos e o próprio BCE possam avaliar de forma mais rigorosa os riscos financeiros ligados ao clima, refere o documento.

O Banco Central Europeu considera que a integração dos riscos climáticos nas avaliações de crédito reforça a resiliência da política monetária e do sistema financeiro europeu.
A instituição afirma que continuará a colaborar com bancos, agências de rating e legisladores da União Europeia para melhorar as metodologias, preencher lacunas de dados e garantir que o quadro de garantias esteja preparado para um futuro em que as alterações climáticas sejam um fator determinante nas finanças e na economia.

 

Subscrever Newsletter

Mantenha-se atualizado sobre tudo o que se passa na transição verde.

Ao subscrever aceito a Política de Privacidade