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Brasil lança fundo internacional para conservação das florestas tropicais
Fundo Florestas Tropicais para Sempre deverá funcionar através de retornos de financiamento para valorizar os serviços ambientais prestados pelas florestas e recompensar os países que trabalhem na sua conservação.
07 Nov 2025 - 09:36
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O Presidente do Brasil, Lula da Silva, lançou nesta quinta-feira, no primeiro dia da cimeira de líderes da COP30 em Belém, um fundo internacional que pretende transformar a conservação das florestas tropicais numa estratégia financeira global.
“As florestas tropicais cumprem uma função essencial” para se enfrentar a mudança climática. “Elas retêm carbono, garantem fluxos hídricos e protegem a biodiversidade e sem elas não temos água para beber e nem para plantar”, disse o chefe de Estado brasileiro.
Até agora, o Brasil investiu no fundo um montante de mil milhões de dólares (870 milhões de euros).
“Quando a destruição das florestas atingir pontos irreversíveis, serão sentidos nos quatro cantos do mundo”, acrescentou.
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) tem como objetivo conservar mais de mil milhões de hectares de ecossistemas, através do investimento até 125 mil milhões de dólares (108 mil milhões de euros) em mercados financeiros, cujos rendimentos serão distribuídos entre os países que as preservarem.
A expectativa é captar 25 mil milhões de dólares de fundos públicos e até 100 mil milhões de capital privado.
O anúncio foi feito durante um almoço oferecido aos representantes das nações que se comprometeram a investir no mecanismo, no âmbito da reunião de líderes da conferência climática COP30.
Pouco antes da apresentação formal do fundo, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que Portugal vai contribuir com um milhão de euros.
“Decidimos integrar os países fundadores deste movimento que vai criar o fundo para a proteção da floresta tropical. Vamos dar uma contribuição financeira de um milhão de euros para este arranque”, frisou o primeiro-ministro, à margem do primeiro dia da cimeira de líderes.
O mecanismo conta com o apoio dos países das bacias do Amazonas e do Congo. A Colômbia e a Indonésia prometeram contribuir, esta última com um valor semelhante ao do Brasil.
Alemanha, Noruega, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido surgem também como potenciais investidores.
Embora não faça parte das negociações formais da cimeira climática da ONU, este instrumento, concebido pelo Brasil, tornou-se uma das bandeiras do país anfitrião, que pretende ter uma participação mais ativa na ação climática, com um mecanismo de investimento em que todos ganham, defendeu.
A iniciativa prevê pagamentos por cada hectare de vegetação preservada, mas também penalizações por cada hectare desflorestado ou degradado.
Além disso, garantirá recursos adicionais para proteger a biodiversidade, os territórios tradicionais e a manutenção dos serviços ambientais.
Os recursos serão reinvestidos em títulos soberanos ou obrigações de grandes empresas, com a expectativa de gerar um retorno anual de quatro mil milhões de dólares, distribuído entre mais de 70 países tropicais, em troca da conservação das suas florestas.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT Green
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