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Brasil regista maior queda de emissões em 16 anos

Queda reflete recuo no desmatamento na Amazónia e no Cerrado, após a retomada das ações de fiscalização ambiental pelo governo federal.

04 Nov 2025 - 15:55

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Foto: Freepik

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As emissões de gases com efeito de estufa (GEE) no Brasil caíram 16,7% em 2024, ao reduzir o dióxido carbono equivalente para as 2 145 mil milhões de toneladas. É a maior queda registada nos índices nacionais desde 2009, segundo o Observatório do Clima.

A queda reflete principalmente o recuo no desmatamento na Amazónia e no Cerrado, após a retomada das ações de fiscalização ambiental pelo governo federal. As emissões líquidas, que descontam o carbono absorvido por florestas, caíram 22%.

O setor de mudança de uso da terra registou a maior redução da história: 32,5%. As emissões ligadas ao desmatamento caíram de 1,341 para 906 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório, os setores da energia, indústria, resíduos e agropecuária estabilizaram ou cresceram ligeiramente.

A participação do desmatamento nas emissões totais caiu de 52% para 42%. Ainda assim, o Brasil continua entre os cinco maiores emissores do mundo, atrás apenas de China, EUA, Índia e Rússia (ou sexto, se a União Europeia for considerada em conjunto).

A pecuária segue como a principal fonte de gases com efeito estufa no país, responsável por 51% das emissões totais, o equivalente a 1,1 GtCO2e, mais do que o Japão inteiro. Em 2024, as emissões per capita foram de 10,5 toneladas brutas e 7,2 toneladas líquidas, aproximando o Brasil da média mundial (6,4 t). Excluindo o desmatamento, o país insere-se na média global com 6 toneladas de CO2e por habitante.

Todos os biomas brasileiros, à exceção do Pampa, verificaram uma queda nas emissões por desmatamento. O Pantanal reduziu em 66%, o Cerrado em 41% e a Amazônia em 33%. No total, as emissões líquidas por mudança de uso da terra caíram 64%, a maior queda da história.

O SEEG também destacou um dado inédito: mesmo com a maior área queimada já registada no país, as emissões por desmatamento caíram. “Estamos a ver um descolamento entre esses dois processos que normalmente andam juntos, o fogo e o desmatamento”, afirmou Bárbara Zimbres, investigadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazónia. A também responsável pelos cálculos do SEEG no setor de uso da terra alerta que “isso é um sinal de que a mudança do clima já pode estar a interferir perigosamente nas florestas.”

Os especialistas alertam que, mesmo com o desmatamento em queda, o país ainda pode perder parte da Amazónia se o aquecimento global continuar a acelerar, enquanto urgem para a redução do consumo de combustíveis fósseis à escala mundial.

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