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Consulta pública sobre impacte ambiental de mina em Montalegre com 653 participações

Projeto prevê exploração subterrânea de tungsténio em antiga mina desativada desde 1986. Decisão final da Avaliação de Impacte Ambiental pela APA está prevista para janeiro de 2026.

18 Nov 2025 - 08:57

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Fot: Unsplash

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A consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da mina da Borralha, em Montalegre, teve 653 participações através do Portal Participa, no âmbito do processo que terminou na segunda-feira.

A consulta pública da mina da Borralha começou a 07 de outubro e prolongou-se até segunda-feira e prevê a exploração subterrânea de tungsténio numa área mineira desativada desde 1986.

Foram submetidas, através do portal Participa, 653 participações

A decisão final da Avaliação de Impacte Ambiental será da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e está prevista para janeiro de 2026.

A empresa Minerália assinou um contrato de concessão com o Estado em 2021 para a exploração mineira subterrânea na Borralha e é, nesse âmbito, que está em consulta pública o EIA.

As minas da Borralha abriram em 1903, encerraram em 1986 e chegaram a ser um dos principais centros mineiros de exploração de volfrâmio em Portugal.

A empresa quer explorar tungsténio e, adicionalmente, produzir concentrados de cobre e de estanho numa área que tem como aldeias mais próximas a Borralha, Caniçó e Paredes de Salto.

O tungsténio é um material estratégico militar, usado em munições e equipamentos de defesa.

De acordo com o resumo não técnico, a Minerália – Minas, Geotecnia e Construções Lda. propõe uma exploração subterrânea, durante um período de 15 anos.

O projeto inclui os anexos mineiros à superfície que englobam instalações necessárias para o funcionamento da mina como a lavaria, parque de minério, armazém, posto de combustível, edifício principal e balneários, oficina e bacias de retenção e de águas pluviais.

Os impactes negativos e positivos

Como impactes negativos o EIA aponta a necessidade de desocupar habitações, alterações na paisagem, aumento das poeiras, ruído e vibrações, o risco de afetação da qualidade da água e a potencial perturbação das comunidades faunísticas.

Os impactes positivos são a criação de emprego, a dinamização da economia, a exploração de matérias-primas “essenciais para a transição digital, ecológica e energética.

A empresa propõe medidas de minimização dos impactes e de compensação como a limpeza de todo o material composto por inertes que se encontram na escombreira de sulfuretos e que foi identificado como um foco de poluição importante, ainda a recuperação ambiental de todas as antigas escombreiras abrangidas pela área de intervenção deste projeto e a recuperação ambiental da ribeira do Amiar, incluindo o afluente localizado a noroeste da área de exploração.

Propõe ainda um programa de desenvolvimento social e diversos planos de monitorização: do lobo, abrigos potenciais para morcegos, recursos hídricos superficiais e subterrâneos, qualidade do ar, ambiente sonoro, vibrações e dos impactes na componente social.

Uma primeira versão do EIA foi considerada “não conforme” e complementada posteriormente.

O Movimento Não às Minas – Montalegre alertou para “lacunas técnicas” no EIA que “impedem uma avaliação ambiental completa e fidedigna” do projeto.

O movimento destacou a “falta de dados sobre metais radioativos e risco radiológico, contradições quanto ao modelo de exploração (subterrâneo ou híbrido) e fragilidades nos estudos de segurança e estabilidade estrutural das galerias antigas”.

Outras preocupações são o passivo ambiental deixado pela antiga exploração mineira, os impactes no lobo-ibérico, a proximidade da barragem de Venda Nova, integrada no sistema hidrográfico do rio Cávado e Rabagão que abastece de água potável milhares de pessoas do norte do país, e o Barroso Património Agrícola Mundial.

Na região do Barroso, a consulta pública do reformulado EIA da mina do Barroso (Boticas) terminou, em 2023, com 912 participações submetidas através do portal Participa e a concessão de exploração de depósitos minerais de lítio e minerais associados – Romano (Montalegre) obteve 511 participações em 2022.

 

Agência Lusa

Editado por Jornal PT Green

 

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