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Novo guia ilustrado mostra principais macroalgas da costa portuguesa

Diversidade de algas na costa portuguesa faz do litoral português um “autêntico laboratório natural” para o estudo das alterações climáticas e da dinâmica dos ecossistemas marinhos.

10 Nov 2025 - 15:55

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Bifurcaria bifurcata | Foto: UC

Bifurcaria bifurcata | Foto: UC

Leonel Pereira, docente do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), lançou o Guia Ilustrado das Principais Macroalgas da Costa Atlântica Continental Portuguesa.

O projeto contou com o contributo de Ignacio Bárbara, professor da Universidade da Corunha, e visa colmatar uma lacuna no ensino e investigação da biologia marinha em Portugal.

O guia foi desenvolvido para fornecer um recurso acessível, atualizado e visualmente apelativo para estudantes e investigadores nas áreas da botânica marinha, biotecnologia e ecologia costeira.

Leonel Pereira, investigador no Centro de Ecologia Funcional (CFE) da FCTUC, explica que o trabalho foi pensado “para apoiar diretamente as disciplinas que leciono, mas também para servir como ferramenta útil a outras universidades portuguesas e estrangeiras”.

Escrito em inglês, o livro pretende alcançar um público internacional e reforçar a projeção científica da investigação portuguesa nesta área.

Diversidade de algas na costa portuguesa

A costa portuguesa é apresentada no guia como uma “zona de transição biogeográfica”, onde se encontram espécies do Atlântico Norte temperado e do Mediterrâneo subtropical. Esta diversidade permite a coexistência de espécies típicas de águas frias, como a Laminaria ochroleuca, com outras de águas quentes, como a Padina pavonica.

“Essa diversidade faz do litoral português um autêntico laboratório natural para o estudo das alterações climáticas e da dinâmica dos ecossistemas marinhos, mas também o torna particularmente sensível às mudanças ambientais. Pequenas variações de temperatura ou salinidade podem alterar profundamente a composição das comunidades costeiras”, afirma o investigador.

As macroalgas são fundamentais nos ecossistemas costeiros, produzindo oxigénio e matéria orgânica, além de criar habitats complexos que servem de abrigo e alimentação para diversas espécies. “Além do seu valor ecológico, têm um papel químico e físico importante: ajudam a regular a qualidade da água, capturam dióxido de carbono e contribuem para a proteção das zonas costeiras, reduzindo a energia das ondas e estabilizando os sedimentos. A sua presença ou ausência é um indicador direto da saúde ambiental das águas portuguesas”, acrescenta.

O guia destaca ainda espécies de interesse ecológico e económico, como Gelidium corneum, utilizada na produção de agar; Gracilaria gracilis, sensível a variações de temperatura e salinidade; e Plocamium cartilagineum, com compostos de potencial farmacológico.

Segundo o investigador, as alterações climáticas estão a alterar a distribuição destas espécies. As macroalgas de águas frias recuam para norte, enquanto espécies subtropicais avançam e dominam zonas antes temperadas. “Paralelamente, a chegada de espécies invasoras como Rugulopteryx okamurae, Asparagopsis armata e Sargassum muticum representa uma ameaça crescente à biodiversidade marinha e às atividades económicas ligadas ao mar”, alerta Leonel Pereira.

 

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