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Poluição por plástico mais do que duplicará nos próximos 15 anos

Estudo internacional prevê que, sem ação, a poluição venha a equivaler a quase um camião de lixo por segundo a entrar no ambiente até 2040. A poluição por microplásticos aumentará mais de 50% e representará 79% da poluição por plástico.

04 Dez 2025 - 09:08

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Foto: Pexels

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A poluição por plástico mais do que duplicar, de 130 milhões para 280 milhões de toneladas métricas nos próximos 15 anos, impulsionada principalmente pelo aumento da produção e utilização de plástico, que irá sobrecarregar sistemas de gestão de resíduos já fragilizados. Nesse período, a produção de plástico crescerá 52%, o dobro da capacidade de gestão de resíduos, conclui uma nova investigação da fundação norte-americana Pew Charitable Trusts, realizada com o apoio do ICF International, da Ellen MacArthur Foundation, do Imperial College London, da Systemiq e da Universidade de Oxford.

A edição de 2025 do estudo “Quebrar a Onda de Plástico 2025: Uma Avaliação do Sistema Global e Estratégias para uma Mudança Transformadora” conclui que a escala e o impacto da poluição por plástico são muito mais graves do que se pensava, com consequências profundas para o ambiente e para a saúde e bem-estar humanos. Sem ação, a poluição por plástico mais do que duplicará nos próximos 15 anos, atingindo o equivalente a quase um camião de lixo por segundo a entrar no ambiente até 2040, impulsionada por níveis de produção que crescerão duas vezes mais rápido do que a capacidade de gestão de resíduos. No entanto, estes impactos podem ser “drasticamente reduzidos” com soluções já existentes, se forem implementadas mudanças fundamentais e ambiciosas em todo o sistema global do plástico, concluem os analistas.

“Esta investigação mostra que os impactos do plástico vão muito além dos resíduos no ambiente”, afirma Winnie Lau, responsável pelo trabalho da Pew para reduzir a poluição por plástico. “O plástico tem sido encontrado em todo o corpo humano e está cada vez mais associado a riscos graves para a saúde, incluindo doenças cardíacas, asma e cancro. A proliferação do plástico também coloca o ambiente em risco e cria uma pressão significativa sobre os orçamentos públicos. A boa notícia é que já temos as ferramentas para resolver este problema. É urgente que os decisores políticos e as empresas transformem o sistema agora – e, ao fazê-lo, colherão benefícios substanciais”, acrescenta.

A análise refere que os impactos na saúde decorrentes da produção e gestão inadequada de plástico aumentarão 75% até 2040, impulsionados sobretudo pela produção de novos polímeros e pela queima a céu aberto de resíduos plásticos.

Refere também que, se o sistema global do plástico fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases com efeito de estufa até 2040. As emissões relacionadas com o plástico deverão aumentar 58% nos próximos 15 anos, principalmente devido à produção.

Salienta ainda que a poluição por microplásticos aumentará mais de 50% até 2040 e representará 79% de toda a poluição por plástico nas economias de alto rendimento.

As soluções para reduzir a poluição

Contudo, o relatório também apresenta um caminho para evitar este cenário: aplicar as soluções políticas já existentes, pois podem reduzir a poluição por plástico em 83% até 2040 e quase eliminar a poluição proveniente de embalagens, uma das principais fontes de poluição.

Reduzir a poluição por plástico trará vários benefícios, incluindo uma redução de 38% nas emissões anuais de gases com efeito de estufa provenientes do plástico, uma redução de 54% nos impactos na saúde decorrentes da produção e dos resíduos plásticos, uma diminuição de 19 mil milhões de dólares no gasto anual dos governos com recolha e eliminação de resíduos plásticos e a criação de 8,6 milhões de empregos.

Os analistas destacam, porém, que, embora as soluções existentes possam reduzir em 41% a poluição por microplásticos, serão necessárias estratégias inovadoras para enfrentar o restante problema “particularmente desafiante e disseminado”.

A Pew Charitable Trusts defende que concretizar estes benefícios exigirá uma colaboração global sem precedentes, de forma a transformar o sistema mundial do plástico. Nomeadamente, através da implementação de políticas que reduzam a produção de plástico, melhorem o design de produtos e sistemas, reforcem a gestão de resíduos e aumentem a transparência.

E estas ações têm de começar imediatamente. “Um atraso de apenas cinco anos permitirá que mais 540 milhões de toneladas métricas de plástico entrem no ambiente, custará aos governos mais 27 mil milhões de dólares anuais em recolha e eliminação de resíduos e colocará em risco milhares de milhões de dólares investidos em infraestruturas obsoletas”, referem os analistas.

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