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Portugal perde mais de 500 milhões de euros por ano por não investir em regadio

Segundo a Fenareg, a cultura de regadio produz 5,5 vezes mais do que a de sequeiro. A federação defende a execução da estratégia ‘Água que Une’ para a gestão eficiente dos recursos hídricos.

06 Nov 2025 - 10:22

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Foto: Unsplash

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Portugal está a perder mais de 500 milhões de euros por ano por não investir em regadio, refere a Fenareg – Federação Nacional de Regantes, que destaca a importância de execução da estratégia ‘Água que Une’.

Segundo números da Fenareg, Portugal está a perder mais de 500 milhões de euros por ano por não investir em regadio, um valor que se baseia na produção agrícola padrão para cada tipo de cultura, indicou o presidente da Federação, José Núncio, em declarações à Lusa.

“A cultura de regadio produz 5,5 vezes mais do que a de sequeiro. A área que não for convertida em regadio produz em sequeiro. O que estamos a perder é a diferença entre o que produz um hectare de regadio face a um de sequeiro”, precisou.

Assim, a federação destacou a importância de executar a estratégia ‘Água que Une’, que contém perto de 300 medidas, que visam a gestão eficiente dos recursos hídricos.

A Fenareg lembrou que, no âmbito desta estratégia, foi realizado um levantamento das necessidades, estimando-se um total de 120.000 hectares de novas áreas com potencial de rega.

Esta estratégia prevê investimentos que ultrapassam os 5.000 milhões de euros até 2030 e um montante equivalente numa segunda fase.

“Ao fim de 10 anos, o custo de não investir [em regadio] seria equivalente ao de realizar os investimentos até 2030”, destacou José Núncio.

Atualmente, o regadio representa 30% do valor total da produção agrícola e cobre 17% da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), ou seja, 633.000 hectares.

A ‘Água que Une’ tem em vista a expansão da área do regadio para 20% da SAU.

A federação disse que a instabilidade política não contribuiu para a execução desta estratégia, mas considerou que, neste momento, estão reunidas todas as condições, com uma maioria estável e um Orçamento do Estado aprovado, para que esta avance.

“O regadio é fundamental. Basta olharmos para Beja antes e depois do Alqueva para vermos o impacto que tem. A agricultura do regadio é a indústria do interior”, apontou.

Por outro lado, José Núncio considerou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) podia ter sido melhor aproveitado para a agricultura e que agora “há pouco a fazer”, tendo em conta que este termina em 2026.

Contudo, ressalvou que “o mundo não acaba com o PRR” e que existem outros fundos que podem ser canalizados, além de acrescentar que o país está numa situação económica melhor.

O presidente da Fenareg mostrou-se ainda preocupado quanto ao futuro da Política Agrícola Comum (PAC), tendo em conta que a proposta em cima da mesa, para o período pós 2027, determina o fim do II pilar (desenvolvimento rural) da PAC, deixando o investimento na mão dos Estados-membros.

“Há diferentes capacidades de investimento nos países da Europa. Não podemos comparar a capacidade de investimento do governo alemão com a do português. [A proposta] vai no sentido da nacionalização das políticas agrícolas e não traz nada de bom para o equilíbrio da Europa”, rematou.

A Fenareg organiza as XVI Jornadas do Regadio, que decorrem nesta quinta-feira, em Lisboa, dedicadas ao tema “Regadio: um olhar para o futuro”.

Este evento vai reunir especialistas nacionais e internacionais para debater o futuro da água e do regadio, no contexto da ‘Água que Une’ e da reforma da PAC.

De acordo com a federação, as jornadas reúnem as entidades gestoras dos aproveitamentos hidroagrícolas de todo o país, que representam 98% do regadio coletivo público.

 

 

Agência Lusa

Editado por Jornal PT Green

 

 

 

 

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