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Portugal sobe para 12.º lugar no índice global de desempenho climático
País vê melhoria, mas permanecem desafios, nomeadamente, no setor dos transportes. Associação ZERO critica a manutenção de subsídios e isenções fiscais aos fósseis.
18 Nov 2025 - 12:31
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Portugal conseguiu melhorar o seu desempenho climático. No Índice de Desempenho das Alterações Climáticas 2026 (CCPI), divulgado nesta terça-feira na COP30, em Belém, o país sobe três posições e alcança o 12.º lugar. Esta posição, corresponde, na prática, ao 9.º, já que os três primeiros permanecem vazios por nenhum país estar totalmente alinhado com a meta de limitar o aquecimento a 1,5°C.
O ranking, que avalia 63 países e a União Europeia, destaca novamente a Dinamarca como líder (4.º lugar), seguida pelo Reino Unido e por Marrocos, ambos com progressos consistentes em energias renováveis e políticas climáticas.
Portugal melhora, mas transportes continuam a travar progresso
O país regista uma classificação elevada na redução de emissões de gases com efeito de estufa e notas médias na energia, renováveis e política climática. Ainda assim, persistem desafios relevantes, sobretudo nos transportes, único setor a manter uma trajetória ascendente de emissões: cresceram 7% em 2023 e representaram 29% do total nacional em 2022.
A ZERO, que participa na elaboração do índice, aponta ainda fragilidades no sinal de preço do carbono, enfraquecido pela redução recente dos impostos sobre combustíveis, e critica a manutenção de subsídios e isenções fiscais aos fósseis. Nos renováveis, alerta para a falta de planeamento territorial e de Avaliações de Impacte Ambiental robustas face ao avanço acelerado de grandes projetos.
Entre as recomendações deixadas pela associação ambientalista à ação governamental estão: reforçar a mobilidade sustentável, eliminar gradualmente benefícios fiscais aos combustíveis fósseis, acelerar as metas renováveis com maior rigor ambiental, garantir uma transição justa através de um Plano Social Climático e cumprir integralmente a Lei Nacional do Clima.
Segundo estimativas citadas pela ZERO, uma redução mais eficaz das emissões nos setores-chave poderá gerar poupanças de 16 mil milhões de euros até 2030 e evitar mais de 1.300 mortes prematuras por ano.
G20 continua a falhar metas climáticas
Apesar do crescimento das renováveis a nível global, o panorama entre os maiores emissores mantém-se preocupante. Segundo a ZERO, no G20 apenas o Reino Unido obtém uma classificação elevada. Dez países continuam na categoria “muito baixa”, incluindo Rússia, EUA, China, Japão, Canadá e Arábia Saudita.
A China sobe ligeiramente no ranking, mas permanece entre os piores desempenhos devido à expansão contínua dos combustíveis fósseis, apesar do avanço rápido nos elétricos e nas renováveis. A Índia, por sua vez, desce para 23.º, penalizada pelo aumento das emissões e pela ausência de um plano claro para eliminar o carvão.
Os Estados Unidos registam uma queda expressiva e surgem no 65.º lugar, apenas acima do Irão e da Arábia Saudita, os dois últimos classificados.
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