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Quercus alerta para “impactos graves” da central solar Sophia em reservas naturais
Central solar fotovoltaica Sophia abrange os municípios do Fundão, Idanha-a-Nova e Penamacor, no distrito de Castelo Branco, e representa um investimento ronda os 590 milhões de euros, para uma capacidade instalada de 867 MWp.
17 Nov 2025 - 15:24
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A associação ambientalista Quercus alertou nesta segunda-feira para os “impactos graves” do projeto da central solar fotovoltaica Sophia, que abrange três concelhos do distrito de Castelo Branco e que irá afetar áreas sensíveis e de elevado valor ecológico.
“O projeto abrange os concelhos de Idanha-a-Nova, Penamacor e Fundão, inserindo-se parcialmente no território do Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional (UNESCO), e abrangendo zonas da Reserva Ecológica Nacional (REN) e da Reserva Agrícola Nacional (RAN)”, vincaram os ambientalistas.
Numa nota enviada à agência Lusa, o núcleo de Castelo Branco da Quercus frisou, no entanto, que reconhece a importância da transição energética e o contributo das energias renováveis para o cumprimento das metas do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030) e do Acordo de Paris.
Contudo, alertou que esta transição “deve respeitar os valores naturais, agrícolas e paisagísticos, assegurando um ordenamento sustentável do território”.
A central solar fotovoltaica Sophia abrange os municípios do Fundão, Idanha-a-Nova e Penamacor, no distrito de Castelo Branco, e representa um investimento ronda os 590 milhões de euros, para uma capacidade instalada de 867 MWp (Megawatt pico).
Os ambientalistas consideraram “inadequada a localização escolhida” para a instalação da central, sobretudo devido à elevada aptidão agrícola e florestal dos solos, à presença de montados de sobro e azinho (habitat prioritário protegido pela Diretiva Habitats) e inserção em território com valor geológico (geossítios) reconhecido internacionalmente pela UNESCO.
Realçaram ainda a ausência de uma avaliação ambiental estratégica regional, que permita analisar o efeito cumulativo de outros parques solares e eólicos na zona, “contrariando o princípio da precaução previsto na Lei de Bases do Ambiente”.
A associação falou também do abate de sobreiros e azinheiras, com impacte “negativo e irreversível”, e da ameaça a espécies protegidas e fragmentação de habitats.
“O estudo identifica a presença de espécies de fauna protegidas, incluindo o Abutre-preto (Aegypius monachus), a Águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) e a Cegonha-preta (Ciconia nigra), entre outras”.
Os ambientalistas referiram que as medidas de mitigação propostas, como marcações anticolisão e renaturalização, “não incluem metas de eficácia nem monitorização independente”, o que “compromete a sua efetividade”.
Face a isto, os ambientalistas disseram que as medidas propostas são insuficientes e que há falta de fiscalização independente, pelo que dão parecer desfavorável.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT Green
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