O Conselho e o Parlamento Europeu chegaram a um acordo que permite aos Estados-membros aumentar o apoio europeu a investimentos do setor vitivinícola relacionados com mitigação e adaptação climática, podendo financiar até 80% dos custos elegíveis.

Este reforço pretende acelerar a transição para práticas de produção mais sustentáveis, reduzindo vulnerabilidades e preparando as vinhas europeias para fenómenos climáticos cada vez mais extremos.

O pacote mais amplo inclui ainda medidas para equilibrar a oferta e a procura, simplificar rotulagem, promover inovação, dinamizar o enoturismo e combater doenças das plantas.

Além de apoiar sistemas de produção mais eficientes e resilientes, o acordo abre caminho para a adoção de tecnologias que reduzam emissões, aumentem a eficiência hídrica e protejam as vinhas contra condições meteorológicas adversas.

A proposta, construída a partir das recomendações do grupo de alto nível para a política do vinho, seguirá agora para aprovação formal antes de entrar em vigor.

“O setor vitivinícola europeu incorpora séculos de saber-fazer, cultura e identidade regional. Este acordo assegura que os produtores possam adaptar-se, inovar e competir à escala global, ao mesmo tempo que protege os meios de subsistência rurais e preserva a qualidade e a diversidade que os consumidores esperam do vinho europeu”, refere em comunicado Jacob Jensen, ministro dinamarquês da Alimentação, Agricultura e Pescas.

Segundo a CE, o setor vitivinícola da UE representa 60% da produção mundial de vinho e é o terceiro maior setor agroalimentar da UE em termos de exportações e 88% das vinhas da UE estão dedicadas a indicações geográficas.

O setor enfrenta atualmente vários desafios, incluindo alterações demográficas em curso, mudanças nos padrões de consumo, desafios climáticos e incertezas do mercado. Recorde-se que, recentemente, França anunciou um pacote financeiros “robusto” de 130 milhões de euros para apoiar o setor vitivinícola francês a combater a crise estrutural do setor, provocada pelas alterações climáticas, redução do consumo generalizado de vinho e tensões geopolíticas com EUA e China.