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Bruxelas investiga compra de ativos de níquel no Brasil por grupo chinês MMG

Comissão Europeia teme que compra feita à britânica Anglo American reduza o fornecimento de ferroníquel à Europa e agrave a crise da indústria do aço inoxidável.

05 Nov 2025 - 10:30

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Foto: Freepik

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A Comissão Europeia anunciou ter iniciado uma investigação aprofundada à compra do negócio de níquel da britânica Anglo American pela chinesa MMG, que envolvia projetos de ferroníquel no Brasil, temendo o impacto no setor europeu do aço.

“A Comissão Europeia abriu uma investigação aprofundada para avaliar, ao abrigo do Regulamento das Concentrações da União Europeia, a proposta de aquisição do negócio de níquel da Anglo American pela MMG”, anuncia a instituição em comunicado, nesta terça-feira, explicando ter “preocupações preliminares de que a operação possa permitir que a MMG desvie o fornecimento de ferroníquel dos mercados europeus, levando a custos mais elevados e redução da qualidade na produção de aço inoxidável na Europa”.

A transação incluiria duas instalações de ferroníquel em operação e dois projetos de desenvolvimento em fase inicial, localizados no Brasil, que são detidos pela multinacional britânica do setor mineiro Anglo American e que a MMG – com sede na Austrália e controlada pela estatal chinesa China Minmetals Corporation – queria adquirir.

Em causa estão projetos de ferroníquel, uma liga metálica de ferro e níquel que é usada principalmente na produção de aço inoxidável para aumentar a resistência e a durabilidade do material.

“A investigação preliminar da Comissão indica que a operação poderá permitir que a MMG desvie o fornecimento de ferroníquel da empresa-alvo para fora da Europa, o que poderia aumentar os custos de produção dos fabricantes europeus e prejudicar a sua competitividade”, insiste Bruxelas.

Isto porque a empresa-alvo “detém poder de mercado significativo” e porque a potencial compradora poderia “ter incentivo para reduzir o fornecimento aos clientes europeus em benefício das suas próprias atividades a jusante”, de acordo com Bruxelas.

A MMG já propôs alguns remédios para avançar com a transação, mas o executivo comunitário considera-os insuficientes.

A investigação agora anunciada, que avança após relatos de preocupações de diversos intervenientes do setor, visa então determinar se as preocupações iniciais de concorrência se confirmam.

A operação foi notificada à Comissão Europeia em 16 de setembro de 2025 e a instituição dispõe de 90 dias úteis, até 20 de março de 2026, para tomar uma decisão.

O negócio é conhecido quando a indústria europeia do aço enfrenta uma crise profunda, marcada por queda na produção, encerramento de fábricas e concorrência desleal do aço chinês subsidiado.

Ao mesmo tempo, verifica-se uma disputa entre a União Europeia e a China pelas terras raras, após Pequim ter imposto restrições à exportação desses minerais.

Esta combinação de pressões comerciais e de dependência estratégica fragiliza a competitividade europeia.

 

Agência Lusa

Editado por Jornal PT Green

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