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Diretor-geral da IRENA: “Onde o financiamento privado não flui, o setor público deve liderar”
Francesco La Camera diz que o financiamento climático “continua altamente concentrado nas economias mais avançadas”, ao indicar que a dependência do "capital voltado para o lucro está a deixar os países em desenvolvimento para trás".
17 Nov 2025 - 15:22
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Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável, Francesco La Camera | Foto: IRENA
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Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável, Francesco La Camera | Foto: IRENA
Em 2024, os investimentos globais na transição energética chegaram a 2,4 biliões de dólares. É um novo recorde que representa um aumento de 20% face às médias anuais de 2022 e 2023. Apesar de cerca de um terço deste valor destinar-se a tecnologias renováveis, 807 mil milhões, o crescimento anual de renováveis diminuiu para 7,3%, em comparação com os 32% registados em 2023. O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA, na sigla inglesa), Francesco La Camera, acredita que isto acontece porque o financiamento “continua altamente concentrado nas economias mais avançadas”.
“A forte dependência do capital voltado para o lucro está a deixar os países em desenvolvimento para trás”, considera Francesco La Camera. E acrescenta: “Onde o financiamento privado não flui, o setor público deve liderar, apoiado por uma cooperação multilateral e bilateral mais forte e um financiamento climático em escala”.
As conclusões da IRENA e da Climate Policy Initiative (CPI), publicadas num relatório, esclareceram que, embora o investimento em renováveis tenha excedido os combustíveis fósseis, continua a verificar-se um aumento na aplicação de capital a estes últimos. Além disso, o diretor-geral da IRENA alerta que “os investimentos na transição energética continuam a crescer, mas não no ritmo necessário para atingir a meta global de triplicar a capacidade renovável até 2030”.
O relatório mostra que as maiores economias têm recursos domésticos para financiar a transição verde, enquanto os países com menos riqueza dependem de apoio externo devido a mercados subdesenvolvidos, capacidade fiscal limitada, e outras dificuldades económicas.
“À medida que os países se reúnem na COP30 para avançar no ‘Roteiro de Baku a Belém para 1,3 biliões’, o aumento do financiamento para países emergentes e em desenvolvimento é essencial para tornar a transição verdadeiramente inclusiva e global”, adiciona Francesco La Camera.
Em detalhe, a IRENA diz que quase metade do investimento total em 2024 foi fornecido como dívida, sendo a maior parte atribuída a taxas de mercado. O restante foi investido por meio de ações. Os subsídios representaram menos de 1%. Ao apresentar o relatório à imprensa, a agência explica que “a necessidade urgente de mobilizar investimentos, combinada com a escassez de capital voltado para o impacto, como dívidas e subsídios de baixo custo, corre o risco de exacerbar os encargos da dívida”.
Os dados destacam ainda que, entre 2018 e 2024, a China foi responsável por 80% do investimento global em instalações de fabrico de energia solar, eólica, de baterias e de hidrogénio. “Positivamente, estão a surgir novas fábricas fora das economias avançadas e a China está a expandir a segurança energética e os benefícios socioeconómicos da transição para outras economias em desenvolvimento”, frisa a IRENA à imprensa.
Este “Panorama global do financiamento da transição energética 2025” foi lançado antes da COP30 e divulgado nesta segunda-feira, a fim de auxiliar ao diálogo financeiro global e de incentivar as delegações através do rastreamento dos investimentos em tecnologias limpas.
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