A ministra do Ambiente e Energia esclareceu que a tutela não está trabalhar na eventual extinção do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Ao longo dos últimos dias, levantou-se a hipótese de vir a acontecer uma fusão do ICNF com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), mas, nesta manhã, Maria da Graça Carvalho assegurou aos jornalistas que neste momento está apenas focada na consolidação da Agência para o Clima e no “espírito de reforma do Governo”.

“Não tenho nenhuma resposta porque não estou a trabalhar neste assunto”, repetiu, ao dizer que esta matéria ainda não consta da agenda ministerial. “Estou a trabalhar nos resíduos, na água que une, na preparação da COP30, que luta contra as alterações climáticas”, acrescentou.

Sem querer detalhar mais o tema, sobre o ICNF partilhou: “O que eu posso dizer é que tanto eu como o o ministro da Agricultura, que temos a tutela, precisamos muito do trabalho que tem sido feito” pelo instituto. Sublinhou os esforços na proteção do lince e do lobo ibéricos, no restauro da natureza e na luta contra os estragos provocados pelos incêndios. “Eu visitei as áreas ardidas e praticamente todos os autarcas nos disseram que quem esteve presente e os ajudou foram os vigilantes de natureza e os sapadores florestais, ambos do ICNF”, enalteceu.

À data de publicação deste artigo, o Jornal PT Green não obteve resposta da APA e o ICNF recusou-se a comentar a situação.

Face ao pedido do LIVRE e do PAN para prestar esclarecimentos no Parlamento sobre a alegada extinção do ICNF, a ministra retorquiu: “Eu posso ir lá dizer que não tenho nada, não estou a trabalhar [nesse assunto]. Não está na nossa agenda, neste momento, desmantelar ou acabar com o ICNF”.

Ainda nesta sexta-feira a Coligação C7  (Organizações Não-Governamentais de Ambiente) veio criticar essa eventual extinção. “Ainda que o Governo não tenha, até ao momento, confirmado esta possibilidade, a ministra do Ambiente e Energia infelizmente também não a afastou completamente”, referiu a Coligação.

Esta organização apelou ainda ao Governo que “não avance com nenhuma proposta nesta direção, promova um debate público alargado e transparente, e reforce — em vez de desmantelar — a capacidade institucional do ICNF”.