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Guterres quer sistemas de alerta de eventos climáticos em todos os países
A iniciativa Alerta Precoce para Todos pretende garantir que “todos em todos os lugares” estejam protegidos por um sistema de alerta até 2027.
22 Out 2025 - 17:24
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António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas | Foto: ONU
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António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas | Foto: ONU
O secretário-geral das Nações Unidas defendeu, nesta quarta-feira, que todos os países deveriam implementar sistemas de alerta de desastres climáticos, já que conseguem reduzir danos em até 30%.
“Nenhum país está a salvo dos impactos devastadores do clima extremo e salvar vidas significa tornar os sistemas de alerta precoce acessíveis a todos”, referiu António Guterres, em Genebra, na sede da Organização Meteorológica Mundial (OMM). “Os sistemas de alerta precoce funcionam. Dão aos agricultores o poder de proteger as suas colheitas e o seu gado. Permitem que as famílias evacuem com segurança e protegem comunidades inteiras da devastação”, referiu, acrescentando que a mortalidade relacionada com desastres é pelo menos seis vezes menor em países com bons sistemas de alerta precoce.
Em 2022, António Guterres lançou a iniciativa Early Warnings for All (Alerta Precoce para Todos), com o objetivo de garantir que “todos em todos os lugares” estejam protegidos por um sistema de alerta até 2027.
Foram feitos progressos, com mais de metade de todos os países agora equipados com sistemas de alerta precoce para múltiplos riscos, segundo a ONU. Os países menos desenvolvidos do mundo quase duplicaram a sua capacidade desde o início dos relatórios oficiais, “mas ainda temos um longo caminho a percorrer”, reconheceu o secretário-geral da ONU.
Numa reunião especial do Congresso Meteorológico Mundial no início desta semana, os países aprovaram um apelo urgente à ação com o objetivo de colmatar as lacunas remanescentes na vigilância.
A chefe da OMM, Celeste Saulo, que também tem defendido a ampliação da adoção de sistemas de alerta precoce, alertou que os impactos das alterações climáticas estão a acelerar, à medida que “o clima mais extremo está a destruir vidas e meios de subsistência e a corroer os ganhos de desenvolvimento conquistados com muito esforço”.
Segundo a OMM, os riscos relacionados com o tempo, a água e o clima mataram mais de dois milhões de pessoas nas últimas cinco décadas, sendo que os países em desenvolvimento representam 90% das mortes.
Guterres enfatizou o facto de que, para que os países “ajam com a velocidade e a escala necessárias”, será fundamental um aumento do financiamento. Reconheceu, no entanto, que o aumento do aquecimento global acima do 1,5 grau será ultrapassado nos próximos anos. “Uma coisa já está clara: não seremos capazes de conter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus nos próximos anos. O excedente é agora inevitável”. Ainda assim, “não estamos condenados a viver com 1,5 graus”, se houver uma mudança de paradigma global e os países tomarem as medidas adequadas, considerou.
Na próxima conferência da ONU sobre alterações climáticas, onde se espera que os Estados se comprometam a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa na próxima década, “precisamos de ser muito mais ambiciosos”, afirmou. A COP30 terá lugar de 10 a 21 de novembro, em Belém, Brasil.
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