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Maior fundo do mundo aposta na inteligência artificial para combater riscos climáticos
Fundo Soberano da Noruega, com 2 biliões de dólares em ativos, quer usar a IA para proteger investimentos, melhorar a tomada de decisões e acelerar a transição energética até 2030.
22 Out 2025 - 09:12
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Imagem: Freepik
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O maior fundo soberano do mundo, o Norges Bank Investment Management (NBIM), vai dar à inteligência artificial (IA) um papel central na proteção do seu portefólio de 2 biliões de dólares contra os riscos climáticos. A decisão faz parte do novo Plano de Ação Climática 2030, que coloca a tecnologia no centro da estratégia de investimento e gestão de risco ambiental.
O fundo, que gere as receitas do petróleo norueguês, vai usar IA para uma série de tarefas, incluindo “extrair sinais de diálogos com empresas” e “reforçar os processos de investimento entre equipas”, segundo o documento. A tecnologia será também usada para melhorar a tomada de decisões e identificar empresas “vencedoras e perdedoras” no processo de transição verde.
“A IA tornou-se um verdadeiro divisor de águas na forma como trabalhamos as questões climáticas”, afirmou Nicolai Tangen, diretor executivo do NBIM, em declarações à Bloomberg, nesta quarta-feira. “Está a ajudar a transformar montanhas de informação em perceções claras sobre as quais podemos agir de imediato.”
Tangen, conhecido pelo seu entusiasmo pela tecnologia, já tinha admitido em maio que tem insistido para que os colaboradores adotem a IA, afirmando mesmo que os que a evitarem “nunca serão promovidos”.
Apesar de outros gestores de fundos alertarem para os riscos de depender demasiado da tecnologia, o NBIM vê resultados concretos.
Segundo Tangen, a IA já está a ser usada para avaliar a eficácia da política climática do fundo, nomeadamente o impacto do diálogo com empresas em carteira, a análise de dados para recomendações de voto e a criação de pontuações quantitativas de risco climático. “Os gestores de portefólio recebem esta informação diretamente nos seus sistemas de negociação”, explicou. A tecnologia também ajuda a identificar “vencedores da transição”, ou seja, empresas que “estão a descarbonizar mais rapidamente e de forma mais eficaz do que o mercado espera”.
O fundo norueguês quer agora intensificar os investimentos em infraestruturas de energia renovável, com foco em geração e armazenamento de eletricidade limpa, redes elétricas e fundos de energia sustentável. O NBIM vai igualmente analisar como o risco climático físico poderá afetar as suas carteiras de dívida soberana e investimentos imobiliários, e reforçar o combate à desflorestação e à influência corporativa no debate climático.
Segundo o fundo, o número de empresas com metas de neutralidade carbónica baseadas na ciência subiu de 12% para 34%, sinalizando “um progresso tangível”.
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