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Menos de 3% dos portos que operam cruzeiros permitem ligação elétrica em terra
Relatório anual da Associação Internacional das Companhias de Cruzeiros evidencia o progresso do setor rumo à descarbonização.
22 Out 2025 - 11:22
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A Associação Internacional das Companhias de Cruzeiros (CLIA, na sigla inglesa) e principal representante global do setor acaba de divulgar o seu relatório anual sobre Tecnologias e Práticas Ambientais, onde refere que menos de 3% dos portos onde operam navios de cruzeiro no mundo dispõem de cais de cruzeiros com ligação elétrica em terra (OPS, na sigla inglesa), que permite desligar os motores nos portos e reduzir as emissões em até 98%. O relatório evidencia, no entanto que as infraestruturas portuárias equipadas com OPS estão a aumentar, sendo atualmente, 41 portos em todo o mundo, o que representa um aumento de oito portos em relação ao ano passado.
Já o número de navios preparados para esta tecnologia quase duplicou desde 2018, sendo atualmente 166 unidades (58% da frota global), prevendo-se que atinja 273 navios até 2036.
De salientar que, no âmbito das regulamentações de descarbonização “Fit for 55” da União Europeia, até 2030, os principais portos da Europa serão obrigados a disponibilizar ligação elétrica em terra.
Quanto ao número de navios a operar com motores multifuel, capazes de alternar entre combustíveis convencionais e combustíveis de zero ou quase zero emissões, este aumentou de apenas um navio em 2018 para 19 atualmente. Até ao final de 2025 prevê-se que 23 navios com motores multifuel estejam em serviço, incluindo o primeiro navio de cruzeiro com capacidade para três tipos de combustível, prevendo-se, ainda, que, até 2036, esse número aumente para 32.
As companhias de cruzeiros continuam a aumentar a utilização de alternativas ao fuelóleo pesado à medida que vão surgindo novas opções, incluindo biocombustíveis, GNL e outros. Exemplo disso é a entrega de um navio em 2024 preparado para utilizar metanol até 2026, bem como outro navio cuja entrega está prevista para o final deste ano.
Relativamente aos recursos hídricos, 98,2% da frota já dispõe de sistemas de produção de água potável a bordo, promovendo a autossuficiência e reduzindo a pressão sobre os recursos dos portos. No tratamento de águas residuais, 234 navios (82,4% da frota) estão equipados com Sistemas Avançados de Tratamento de Águas Residuais (AWTS). Prevê-se que, até 2036, 273 navios estejam equipados com AWTS. Além disso, como parte do compromisso global com a sustentabilidade, as companhias de cruzeiros comprometeram-se a não descarregar águas residuais não tratadas em qualquer parte do mundo durante as operações normais.
Na área dos resíduos, as companhias de cruzeiros estão a adotar uma nova geração de tecnologias de gestão de resíduos a bordo, permitindo que alguns navios reciclem ou reutilizem praticamente todos os resíduos gerados. Entre os sistemas de ponta atualmente utilizados nos navios de cruzeiro destacam-se os sistemas de gaseificação de resíduos para produção de energia, presentes em oito navios, e os digestores microbianos para resíduos alimentares, já instalados em 128 navios.
“As companhias de cruzeiros são pioneiras e inovadoras na tecnologia marítima — investindo no desenvolvimento de sistemas avançados de tratamento de águas residuais, ligação elétrica em terra, sistemas de lubrificação a ar e na mais recente geração de motores bicombustíveis — dos quais outros setores do setor marítimo também beneficiam,” afirma Bud Darr, presidente e CEO da CLIA. “As companhias de cruzeiros estão a investir dezenas de milhar de milhões de dólares na construção da frota do futuro, incluindo mais de 80 novos navios já encomendados com estas e outras inovações. Estes são passos concretos para aumentar a eficiência e a capacidade operacional da frota global como um todo”, acrescenta.
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