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UE gastou mais 930 mil milhões em combustíveis fósseis durante crise energética de 2021-2024
Novo relatório da Ember revela que importação de fósseis continua a representar 58% das necessidades energéticas do União Europeia, muito acima de grandes economias como a China ou a Índia.
16 Out 2025 - 07:21
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Foram investidos pela União Europeia (UE) mais 930 mil milhões de euros em importações de combustíveis fósseis durante a crise energética de 2021-2024, revela o novo relatório da Ember. Estas fontes “não são uma base sólida para um sistema energético seguro e acessível, algo que a Europa aprendeu da forma mais difícil”, salientou o analista sénior de energia da ‘think tank’, Chris Rosslowe.
A importação de fósseis continua a representar 58% das necessidades energéticas do bloco, valor muito superior ao de grandes economias como a China, que regista 24%, ou a Índia, com 37%, especifica a análise denominada “À prova de choques: como a eletrificação pode reforçar a segurança energética da UE”.
Mesmo com a redução da dependência de fontes russas, a quota global da UE nesta área manteve-se inalterada, implicando novos riscos. O relatório indica que a concentração do fornecimento em alguns países abre espaço para manipulação, com os Estados Unidos a desempenharem o papel de principal fornecedor de petróleo e gás natural liquefeito (GNL), e com os quatro maiores distribuidores de gás a controlarem 83% das importações.
O Qatar, enquanto quinto maior fornecedor de gás para a UE, avançou recentemente com a ameaça de cortar o abastecimento de GNL, caso não se verifique uma flexibilização das regeras ambientais e laborais do bloco. Ao mesmo tempo, os EUA têm aproveitado a sua posição privilegiada como instrumento nas negociações comerciais com a Europa.
Durante a crise do gás, as importações de fósseis custaram à UE 1,8 mil milhões de euros na totalidade, mais 930 mil milhões que antes da crise, à medida que os preços do gás dispararam de 15 €/MWh para 350 €/MWh em 2022.
O relatório indica que o crescimento da energia eólica e solar já contribuiu para reduzir as importações fósseis na produção de eletricidade, ao poupar 59 mil milhões de euros entre 2019 e 2024, e ao tornar a eletricidade cada vez mais de origem interna. No entanto, cerca de 82%, dos combustíveis fósseis ainda são queimados fora do setor elétrico, principalmente nos transportes, aquecimento e indústria. “Eletrificar estes setores é o caminho mais direto para a independência energética”, ressalva a Ember.
Apenas 22% da energia da UE é eletrificada, em comparação com 28% na China, confere a análise. Por sua vez, países como a Noruega (47%) e a Suécia (33%) têm provado que é possível haver melhorias na rede europeia.
Chris Rosslowe alertou que “as fontes de energia nacionais, como a eólica e a solar, ganham um valor estratégico acrescido num mundo sujeito a crises frequentes. O pleno potencial da energia europeia de origem interna está a ser desperdiçado por falta de urgência em eletrificar. Desbloquear a eletrificação é a jogada decisiva que pode proteger o continente da dependência excessiva de fornecedores voláteis de combustíveis fósseis”.
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