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Temperatura média em 2025 foi 1,42ºC acima dos níveis pré-industriais
Secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial alertou os líderes mundiais presentes na COP30 de que as concentrações de GEE estão “perigosamente” nos níveis mais elevados em 800 mil anos.
06 Nov 2025 - 15:14
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O ano de 2025 será dos mais quentes de sempre e a temperatura média até agosto foi cerca de 1,42ºC acima dos níveis pré-industriais, disse nesta quinta-feira em Belém, Brasil, a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Celeste Saulo falava na abertura da cimeira da ONU sobre o clima, a COP30, que nestas quinta e sexta-feira junta apenas líderes mundiais em Belém, no Brasil.
A conferência, com a presença das delegações de quase 200 países, começa na próxima segunda-feira e vai até dia 21.
Recordando que a OMM está a divulgar uma atualização do Estado do Clima 2025, a responsável afirmou: “Estou hoje diante de vocês com a dura realidade (…). Não podemos desafiar as leis da física. A ciência não mente. A série alarmante de temperaturas excecionais continua”.
Celeste Saulo alertou que a concentração de gases de efeito estufa (GEE), que retêm calor, estão nos níveis mais elevados em 800.000 anos, o que conduz o planeta para “um futuro mais quente e mais perigoso”.
“E, o que é particularmente preocupante, o aumento dos níveis de dióxido de carbono entre 2023 e 2024 foi o mais elevado que já medimos”, disse, alertando também que o calor dos oceanos está em “níveis recordes”, causando danos em ecossistemas e economias.
Com a subida dos níveis do mar a continuar a aumentar, com o gelo marinho da Antártida e do Ártico a atingirem níveis recorde de baixa, o mundo assiste, referiu, a “condições meteorológicas destrutivas”, como meses de chuva que caem em minutos, ou calor extremo.
Estes não são avisos distantes, mas sim a realidade de hoje, avisou.
Segundo Celeste Saulo, o aumento recorde de GEE significa que é praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5ºC (como foi aprovado no Acordo de Paris sobre o clima há 10 anos) nos próximos anos, sem ultrapassar temporariamente essa meta do Acordo de Paris.
Perante tantos avisos, a responsável admitiu que há progressos, falou que os alertas precoces estão a salvar vidas, que a ciência está agora a deixar alertas, mas também a ajudar na adaptação.
E pediu que a COP30 seja lembrada, não como mais um aviso ignorado, mas como o momento em que o mundo mudou de rumo.
“Não podemos reescrever as leias da física mas podemos reescrever o nosso caminho”, disse.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT Green
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